Nesse artigo você vai descobrir o que são "Carbon Spots", aqueles pontos escuros que aparecem em moedas de cobre, níquel ou latão, porque esse nome é errado, porque não são manchas de mosca e ainda terá dicas de como evitar que continuem danificando suas moedas.
O termo "Carbon Spots" ("Manchas de Carbono"), assim chamado erroneamente por numismatas inexperientes, refere-se a pequenas concentrações negras de SUPOSTA "corrosão".
Alguns inclusive pensam que isso é pátina natural do metal. Muitas vezes, são tão pequenas que escapam à vista a olho nu, embora possam ser vistas com ampliação de baixa potência.
Também chamada de "flyspecks" por alguns no hobby da numismática, esses pontos são levemente elevados da superfície da moeda, pois a "corrosão" se forma em torno de alguma partícula de matéria orgânica, como poeira de papel (geralmente presente em álbuns de moedas de papelão), saliva humana depositada sem o conhecimento de um numismata durante o manuseio casual, assim como fumaça de tabaco, produtos químicos transportados pelo ar (p.ex. inseticidas, etc), e até mesmo o ar salgado em cidades à beira-mar ou o ar extremamente poluído de grandes cidades podem adicionar manchas.
Ademais, armazenar moedas em madeiras aromáticas ou resinosas, como cedro ou pinheiro, também ocasionará manchas. Oxigênio, umidade e outros elementos atmosféricos reagem com os detritos para formar um ponto de "corrosão" ao seu redor, e isso é chamado – erroneamente - de "mancha de carbono".
Um ponto ocorre quando é permitido que uma quantidade concentrada de uma substância oxidante – ENXOFRE – permaneça na superfície de uma moeda. O enxofre vem de qualquer variedade de fontes, como as mencionadas acima.
Além disso, a borracha inclui enxofre por vulcanização (obrigado, Charles Goodyear!). Portanto, a borracha NUNCA deve entrar em contato contínuo com moedas e medalhas.
A maioria das manchas leva tempo para crescer. A moeda pode ser sido contaminada muito antes de você a adquirir.
Cabe esclarecer: O carbono não está envolvido nessas manchas, e o processo não é de oxidação (corrosão). O culpado é o enxofre, e o processo é a sulfatização.
Manchas de carbono são encontrados em diamantes (inclusões de pressão imperfeita durante sua formação há milhões de anos), mas NÃO na superfície de moedas e medalhas!
O termo apropriado em numismática deve ser PONTOS DE ENXOFRE.
O enxofre também é utilizado em alguns processos de fabricação de papel. Por isso as moedas, especialmente se contém cobre na composição da liga, devem ser armazenadas em papel acid-free.
Remover as manchas é quase impossível com métodos comuns. Tentativas resultarão em mais danos do que benefícios. Quando são encontradas manchas, a melhor estratégia é suprimir seu crescimento.
A remoção dos detritos geralmente interrompe a reação, e com isso a piora do local afetado. Isso pode ser tão simples quanto remover a partícula indesejada utilizando a ponta de um palito de dentes umedecido com acetona 100%, ou no caso de moedas de níquel, mergulhá-las alguns minutos em caldo de limão, enxaguar e secar bem ao sol ou com secador de cabelos.
A corrosão resultante, no entanto, permanecerá como uma mancha preta feia que pode variar muito em tamanho, de quase microscópico a até um quarto de polegada de diâmetro, dependendo da quantidade de massa que o contaminante possuía e por quanto tempo a reação esteve ocorrendo.
Na maioria das vezes, Carbon Spots – Pontos de Enxofre – se formarão na superfície de moedas de cobre, bronze ou níquel. A natureza altamente reativa do cobre como metal muitas vezes leva à sua formação.
A restauração adequada, realizada profissionalmente, com ácidos poderosíssimos e de venda proibida ao cidadão comum, pode remover os contaminantes e as manchas resultantes. Em alguns casos, um fantasma pálido da mancha pode permanecer, e a remoção de pontos de enxofre geralmente deixa pequenas manchas opacas na tonificação da pátina de uma moeda.
Por essa razão, nas moedas de cobre-níquel que passam pelo processo de remoção de pontos de enxofre, também terão sua pátina removida. É preferível, e é do melhor interesse para preservação a longo prazo da moeda.
Nas moedas de latão, bronze-alumínio, cupro-níquel e cupro-níquel-zinco da Ucrânia, esses pontos de enxofre podem ocorrer. Para quem coleciona moedas do Brasil, esses pontos surgem nos Cruzeiros amarelos dos anos 1940-1950, nos Bronzes e Cobres da Colônia, Império e República, e nas atuais moedas de Real, de 1, 5, 10, 25 centavos e no anel externo de 1 Real.
A melhor maneira de evitá-las é armazenando as peças em cápsulas acrílicas, ou em envelopes confeccionados em papel acid-free, ou coin holder adesivado, ou coin holder de grampos, grampeados com grampos niquelados (nunca use os cobreados), e evitando usar inseticidas em spray ou de tomada no ambiente onde estão armazenadas as moedas.
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