Nas primeiras décadas do século XVIII, Portugal vivia uma época de esplendor. O ouro do Brasil chegava em grandes quantidades.
O rei D. João V ordenou a construção de grandes monumentos, marcas únicas da arte do barroco, o palácio-convento de Mafra, a biblioteca da Universidade de Coimbra, o Aqueduto das Águas Livres, em Lisboa.
Parte do ouro foi utilizada na produção de uma nova moeda, símbolo de um reinado marcado pela opulência, a dobra de 24 escudos.
Informações técnicas | |
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Tipo: | Dobra |
Soberano | D. João V |
Data | 1731 |
Material | Ouro |
Peso | 85,41 g |
Diâmetro | 53 mm |
Código MCM | 5362 |
A dobra era um objeto artístico. D. João V fez-se representar nesta moeda como um soberano absoluto. O rosto evidencia firmeza e convicção, a cabeça mostra cabelos longos com cachos sobre os ombros e uma coroa de louros. As vestes são próprias de um ambiente de corte.
A outra face da moeda mostra as armas do reino de Portugal. Acima do escudo vê-se a coroa do rei, ornamentada com pérolas, pedras preciosas e folhas de ouro. No topo, a cruz lembra-nos que D. João V é rei por graça de Deus.
O desenho dessas armas é de influência italiana e mostra bem o aparato da corte portuguesa.
No século XVIII, a moeda de ouro era um importante meio de propaganda ao serviço da política e da diplomacia. Não é de se admirar que peças como esta tenham circulado dentro e fora das fronteiras do reino.
Com a emissão da dobra de 24 escudos, Portugal passou a dispor de uma moeda de grande prestígio, e D. João V afirmou-se como um monarca absoluto, verdadeira projeção da majestade divina.
Fonte:
Informações obtidas no vídeo publicado no canal do Museu Casa da Moeda de Portugal no Vimeo e imagem obtida no site do Museu da Casa da Moeda de Portugal.