Série Vicentina: moedas dos 400 anos de colonização do Brasil

Por trazer no reverso alguns personagens diretamente ligados à fundação da cidade de São Paulo, antiga Capitania de São Vicente, a série de moedas comemorativas aos 400 anos do início da colonização do Brasil ganharam o apelido de "Série Vicentina" e, devido a beleza e a baixa emissão de algumas peças, são cobiçadas por colecionadores do mundo inteiro.

Conheça nesse artigo a história por trás dessa linda série da numária brasileira.

A colonização do Brasil

O Brasil começou realmente a ser ocupado só em 1532, 32 anos após a sua descoberta, e durante esse interregno de tempo, os portugueses vinham esporadicamente ao Brasil apenas para carregar pau-brasil e outros produtos nativos.

Como os padrões de pedra, símbolos do domínio português, colocados por aqui "não vigiavam direito essa terra toda", ela começava a ser cobiçada por estrangeiros, principalmente pelos franceses, que já estavam chegando e ocupando, fundando vilas e fazendo alianças com os índios.

D. João III (O Colonizador) ficou então numa encruzilhada: Colonizar ou perder o Brasil de uma vez para a França. Decidiu pela primeira opção, enviou armas, navios e homens para iniciar a ocupação do território e expulsar os invasores franceses.

Foi o primeiro passo para a efetiva colonização portuguesa nas Américas que só terminaria com a independência do Brasil em 1822.

100 réis de 1932

Moeda de 100 réis de 1932 da série vicentina

Anverso da moeda

Apresenta o busto do cacique Tibiriçá (morto em 1562), aliado dos portugueses na colonização. Ele teve um papel na fundação da cidade de São Paulo (em 1554). Apresenta ainda a inscrição "IV Centenário da Colonização do Brasil 1532 1932" disposta na forma de 7 linhas interrompidas pela figura de Tibiriçá, e a sigla LC do gravador Leopoldo Alves Campos

Reverso da moeda

Apresenta adornos e objetos de caça indígenas (panóplia composta por cocar, lança, tacape, arco e flecha), o valor monetário 100 réis entre pontos disposto em duas linhas, além da sigla WT do gravador Walter Rodrigues Toledo


Informações técnicas
Valor facial 100 réis (tostão)
Material Cupro-níquel (Cobre 750, Níquel 250)
Peso 5 gramas
Diâmetro 20 milímetros
Bordo Liso
Orientação Medalha ↑↑ (EV)
Emissor Casa da Moeda do Rio de Janeiro
Emissões / Quantidades cunhadas
Ano de cunhagem Quantidade Amato Vieira Bentes Prober Krause
1932 1.012.214 V.135 N-125 661.01 N-2010 KM# 527 (página 247)

Cacique Tibiriçá

Cacique Tibiriçá e sua filha Bartira, aliado dos portugueses na colonização, ele teve um papel na fundação da cidade de São Paulo (em 1554)

Foi o primeiro índio catequizado pelo padre jesuíta José de Anchieta, tendo colaborado com os colonizadores.

Graças à sua ajuda os jesuítas puderam fundar o Mosteiro e Colégio de São Bento, núcleos do que viria a ser a cidade de São Paulo. Em 1562 conseguiu evitar um ataque de índios Tupis, Carijós e Guainás, comprovando sua fidelidade aos padres jesuítas.

Teve muitos filhos, entre os quais a índia Bartira, que viria a ser a esposa do português João Ramalho, seu amigo. Seus restos mortais encontram-se depositados hoje na catedral da Sé, na cidade de São Paulo.

200 réis de 1932

Moeda de 200 réis de 1932 da série vicentina

Anverso da moeda

Apresenta a esfera armilar no centro, com a sigla CB do gravador Calmon Barreto e na orla a inscrição "IV Centenário da Colonização do Brasil"

Reverso da moeda

Apresenta ao centro uma caravela quinhentista, no exergo o valor 200 réis disposto em duas linhas, a sigla BA do gravador Arlindo Bastos e na orla as datas 1532 e 1932


Informações técnicas
Valor facial 200 réis (dois tostão)
Material Cupro-níquel (Cobre 750, Níquel 250)
Peso 7,93 gramas
Diâmetro 25 milímetros
Bordo Liso
Orientação Medalha ↑↑ (EV)
Emissor Casa da Moeda do Rio de Janeiro
Emissões / Quantidades cunhadas
Ano de cunhagem Quantidade Amato Vieira Bentes Prober Krause
1932 596.214 V.136 N-124 655.01 N-2011 KM# 528 (página 247)

A nau

Nau São Rafael (1498): uma das naus da armada de Vasco da Gama, também decorada pelas cruzes da Ordem de Cristo

Embarcação com capacidade para cerca de 200 a 600 toneladas, levava uma tripulação de cerca de 300 homens, eram o "pau pra toda obra", pois servia tanto para transportar colonos e tropas para as terras a serem ocupadas nas Américas e Índias e levar à Europa as mercadorias lá obtidas, como era também largamente usada para guerra.

Navio de grande calado, possuindo três mastros, 2 com velas quadradas e o último com a vela latina. Era ideal para grandes viagens, pois não precisava de grande tripulação, em contrapartida era lenta e não era fácil de manobrar.

A esfera armilar

Esfera armilar instrumento de astronomia utilizado em navegação

A esfera armilar é um instrumento de astronomia aplicado em navegação que consta de um modelo reduzido do cosmo. Estima-se que foi desenvolvido ao longo do tempo, através de observações minuciosas do movimento aparente dos astros em torno da Terra.

Simboliza a ciência náutica. Foi adotada por D. Manuel, o venturoso, como seu emblema pessoal.

Mais tarde, foi adotada como pavilhão das naus que faziam a carreira do Brasil, o que a levou a ser usada na bandeira do Reino Unido de Portugal Brasil e Algarves em 1816/1826. Posteriormente foi incluída na bandeira portuguesa atual.

400 réis de 1932

Moeda de 400 réis de 1932 da série vicentina

Anverso da moeda

Apresenta ao centro o mapa da América do Sul dividido pelo meridiano de Tordesilhas, com os anos 1532 e 1932 de cada lado e a sigla WT do gravador Walter Toledo no final do mapa. Na orla, a legenda "IV Centenário da Colonização do Brasil" com palavras separadas por pontos

Reverso da moeda

Apresenta ao centro a cruz símbolo da Ordem Militar de Cristo, com sigla BN do gravador Basílio Nunes no ângulo do braço direito e o pé da cruz. Na orla superior, o valor 400 e na orla inferior a palavra réis, separados pelo lado direito e esquerdo por losangos


Informações técnicas
Valor facial 400 réis (cruzado)
Material Cupro-níquel (Cobre 750, Níquel 250)
Peso 12,00 gramas
Diâmetro 30 milímetros
Bordo Liso
Orientação Medalha ↑↑ (EV)
Emissor Casa da Moeda do Rio de Janeiro
Emissões / Quantidades cunhadas
Ano de cunhagem Quantidade Amato Vieira Bentes Prober Krause
1932 416.214 V.137 N-123 647.01 N-2012 KM# 529 (página 248)

A cruz da ordem de Cristo

Variações das cruzes da Ordem Militar de Cristo. Figura na moeda de 400 réis a última variação da cruz

A Ordem de Cristo deriva diretamente da velha ordem medieval dos Cavaleiros Templários.

Durante as guerras contra os mouros, a Ordem dos Templários ajudou Portugal a conquistar seu território, e por isso ganhou grande poder político e terras ( O velho castelo Templário está na cidade de Tomar ).

O papa Clemente V e o rei Felipe IV da França tentaram destruir completamente esta rica e poderosa ordem, por meio da difamação de seus membros, assassinatos e pela absorção de bens. O Papa conseguiu abolir a Ordem dos Templários na Europa.

Em Portugal, D. Diniz transfere os bens e privilégios dos templários para a Ordem de Cristo.

A Ordem de Cristo foi assim criada em Portugal como Ordo Militiae Jesu Christo pela bula Ad ae exquibus de 15 de março de 1319 pelo papa João XXII.

A nova Ordem surgia sobre as cinzas da velha Ordem dos Templários, mas na verdade eram a mesma coisa, os símbolos, bens e privilégios eram os mesmos.

Os ideais da expansão cristã reacenderam-se no século XV quando seu então Grão-Mestre, o Infante D. Henrique, o navegador, investiu os rendimentos da Ordem na exploração marítima.

O emblema da ordem, a Cruz da Ordem de Cristo, adornava as velas das caravelas que exploravam os mares desconhecidos. Vemos então o papel fundamental da Ordem de Cristo (Templários) no descobrimento do Brasil.

O Tratado de Tordesilhas

Mapa demonstrando a linha imaginária da divisão das terras sul-americanas pelo Tratado de Tordesilhas

No dia 7 de junho de 1494, Portugal e Espanha assinaram na cidade de Tordesilhas, na Espanha, o tratado que dividia as terras do chamado “novo mundo”. Esse documento, batizado de Tratado de Tordesilhas, foi criado um ano e meio após a chegada de Cristóvão Colombo à América.

Estabeleceu um meridiano situado a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, nas costas da África. Dando total liberdade quanto ao litoral brasileiro e maior parte do Oceano a navegar.

As terras a oeste desse meridiano pertenceriam à Espanha, e as terras a leste seriam de Portugal. O Meridiano de Tordesilhas passava pelo Brasil, nas atuais cidades de Belém, no Pará, e Laguna, em Santa Catarina.

Muitos anos mais tarde, os bandeirantes ultrapassariam o Meridiano de Tordesilhas.

Foi assim denominado por ter sido celebrado na cidade espanhola de Tordesilhas, e foi assinado em 1495, definindo a partilha do novo mundo entre as 2 potências ibéricas.

Na missão diplomática de Portugal estava o navegador Duarte Pacheco Pereira. Segundo estudos mais recentes, ele já teria vindo ao Brasil antes de Cabral, só não teria conhecimento exato da extensão de toda a América.

Nos termos do tratado, Portugal ficaria com a parte mais oriental do Brasil, África e Ásia, e a Espanha se apossou de todo o resto da América.

Mais tarde, no período da União Ibérica, os limites do tratado foram desrespeitados pelos bandeirantes, que avançavam pelas terras pertencentes à Espanha em busca de ouro e índios escravos. Esses homens acabaram por "esticar" bastante os limites da América Portuguesa.

500 réis de 1932 (Coletinho)

Moeda de 500 réis de 1932 da série vicentina

Anverso da moeda

Apresenta o busto de João Ramalho, aventureiro português. Apresenta ainda a inscrição "IV Centenário da Colonização do Brasil 1532 1932" disposta na forma de 7 linhas interrompidas pela figura de João Ramalho, e a sigla CB do gravador Calmon Barreto

Reverso da moeda

Apresenta ao centro um gibão usado por bandeirantes (coletinho) sobre traços horizontais e nas laterais dispostos na vertical o valor 500 (esquerda) e a legenda réis (esquerda). Calmon Barreto foi o gravador do reverso.


Informações técnicas
Valor facial 500 réis
Material Bronze Alumínio (Cobre 910, Alumínio 90)
Peso 4,00 gramas
Diâmetro 22,50 milímetros
Bordo Serrilhado
Orientação Medalha ↑↑ (EV)
Emissor Casa da Moeda do Rio de Janeiro
Emissões / Quantidades cunhadas
Ano de cunhagem Quantidade Amato Vieira Bentes Prober Krause
1932 34.214 V.138 BA-15 640.01 L-2013 KM# 530 (página 248)

João Ramalho

João Ramalho e seu filho: óleo sobre tela de Wasth Rodrigues (Brasil, 1891 - 1957), atualmente no Museu Paulista em São Paulo-SP

Aventureiro português, natural de Vouzela/Viseu, nascido em cerca de 1493 (não se sabe ao certo). Tinha mulher em Portugal antes de partir para o Brasil, onde Martim Afonso de Souza já o teria encontrado ao chegar.

Provavelmente era Ramalho um náufrago ou mesmo um degredado. Ao ser encontrado ele vivia junto aos índios da tribo dos Guaianás (em terras que hoje são de São Paulo), tendo inclusive se "casado" com a filha do cacique Tibiriçá (Bartira).

Teve vários filhos com a mulher, com a irmã dela e com várias outras nativas, comportamento que escandalizava os padres. João Ramalho mandava mais naquelas terras que o próprio rei de Portugal.

Conhecia tudo, influenciava tribos, e vivia na verdade como um grande traficante de escravos. Segundo alguns, acumulando fortuna com essa atividade. Era muito respeitado pelos índios.

O Governador Geral Tomé de Sousa o nomeou capitão da povoação de Borda do Campo, incorporada à vila de São Paulo em 1560.

Assinaturas suas em documentos da época provam que Ramalho foi vereador entre 1553 e 1558. Acumulou também os cargos de capitão, alcaide e guarda-mor do campo.

Era um homem rude, de "mau aspecto", segundo os padres, que diziam que levava uma vida desregrada com as índias da terra.

Mas era um bravo, e a colonização a ele muito deveu, bem como a fundação de São Paulo. Ajudou na ocupação das terras, no contato com os nativos, no fornecimento de mão de obra escrava e na catequese.

Morreu em 1580, recluso entre os índios Tupiniquins.

Coletinho: o gibão de bandeirante

Gibão de couro, o coletinho das moedas de 500 réis de 1932

O gibão de couro é um tipo de colete que era usado pelos bandeirantes para proteção enquanto embrenhavam-se no mato.

Era feito normalmente de couro de anta e foi muito usado na Europa e na Ásia nos séculos XV e XVI. Os espanhóis davam-lhe o nome de coleto de ante e também era conhecido como coura. Estima-se que o valor de um gibão de couro era em torno de 10 a 11 mil réis.

Havia também um gibão chamado de gibão de armas, que era feito de um tecido mais grosseiro e recheado de algodão, não era de couro, e valia entre 1 a 5 mil réis.

Atualmente, os vaqueiros nordestinos utilizam gibões de couro para protegerem-se durante as corridas nas matas atrás de algum animal.

1.000 réis de 1932

Moeda de 1.000 réis de 1932 da série vicentina

Anverso da moeda

Apresenta ao centro a efigie em corpo quase inteiro de Martim Afonso de Souza. Apresenta ainda a inscrição "IV Centenário da Colonização do Brasil 1532 1932" disposta na forma de 7 linhas interrompidas pela figura de Martim Afonso, e a sigla LC do gravador Leopoldo Campos

Reverso da moeda

Apresenta ao centro brasão de armas de Martim Afonso, com sigla do gravador Hermínio Pereira na parte inferior esquerda do brasão. Na orla, apresenta a inscrição do valor "1000 réis"


Informações técnicas
Valor facial 1.000 réis
Material Bronze Alumínio (Cobre 910, Alumínio 90)
Peso 8,00 gramas
Diâmetro 26,70 milímetros
Bordo Serrilhado
Orientação Medalha ↑↑ (EV)
Emissor Casa da Moeda do Rio de Janeiro
Emissões / Quantidades cunhadas
Ano de cunhagem Quantidade Amato Vieira Bentes Prober Krause
1932 59.214 V.139 BA-14 630.01 L-2014 KM# 531 (página 249)

Martim Afonso de Sousa

Gravura de Martim Afonso de Sousa que serviu de inspiração para a moeda de 1.000 réis de 1932 da série vicentina

"A quantos essa minha carta de poder virem faço saber que eu a envio ora a Martim Afonso de Sousa do meu conselho por capitão-mor da armada que envio à terra do Brasil e assim de todas as terras que ele achar e descobrir (...) aos capitães da dita armada, e fidalgos, cavaleiros, escudeiros, gente de armas, pilotos, mestres, mareantes e todas as outras pessoas que haja ao dito Martim Afonso de Sousa por capitão-mor da dita armada e terras e lhe obedeçam em tudo e por tudo o que lhes mandar."

Essa foi a carta do Rei de Portugal D. João III concedendo jurisdição a Martim Afonso de Sousa sobre sua armada e sobre toda a população e terras do Brasil.

Foi Martim Afonso o primeiro colonizador das terras brasileiras, tinha uma tríplice missão:

  1. Combater os traficantes franceses;
  2. Penetrar nas terras na direção do Rio da Prata para procurar metais preciosos;
  3. Estabelecer núcleos de povoamento no litoral, iniciando o povoamento do "grande desertão", as terras brasileiras.

Para isto traziam ferramentas, sementes, mudas de plantas e animais domésticos.

Pertencia a família nobre. Com a subida de D. João III ao trono, recebeu o comando da primeira expedição colonizadora ao Brasil.

Em 1530, a expedição de Martim Afonso de Souza partiu para o Brasil. Embarcaram no total 400 homens em cinco navios, com a missão de promover a defesa, o reconhecimento e a exploração da costa brasileira.

Ao chegar ao Brasil no ano de 1531, toma três naus francesas que encontra, deixa alguns homens nas terras que hoje são do Estado de Pernambuco, e aporta em São Vicente.

No dia 22 de janeiro de 1532, São Vicente tornou-se oficialmente a primeira vila fundada na colônia.

Quando o território brasileiro foi dividido em várias capitanias hereditárias, Martim Afonso de Souza recebeu a de São Vicente (junto com a de Pernambuco foram as únicas a prosperar) e a do Rio de Janeiro.

Volta a Portugal em 1533, sendo nomeado capitão-mor do mar das Índias, para defender as feitorias portuguesas, obtendo importantes vitórias militares, inclusive a expulsão do Rajá de Calicut.

Em 1542, é nomeado vice-rei das Índias. Teria se afastado da vida pública um tempo após, acusado de enriquecimento ilícito. Morreu em 1571.

2.000 réis de 1932

Moeda de 2.000 réis de 1932 da série vicentina

Anverso da moeda

Apresenta ao centro o busto de D. João III, Rei de Portugal denominado "O colonizador". Apresenta ainda a inscrição "IV Centenário da Colonização do Brasil 1532 1932" disposta na forma de 7 linhas interrompidas pela efigie do Rei D. João III, e abaixo do ano 1932 a sigla LC do gravador Leopoldo Campos

Reverso da moeda

Apresenta ao centro o escudo real de D. João III com legenda "REI DPORTUGALL" no exergo em tipografia gótica e sigla BA do gravador Arlindo Bastos a direita. Na orla superior a legenda do valor "2000 - Réis" e dois círculos preenchendo os campos direito e esquerdo entre o escudo e o rebordo da moeda


Informações técnicas
Valor facial 2.000 réis
Material Prata (.500)
Peso 8,00 gramas
Diâmetro 26,00 milímetros
Bordo Serrilhado
Orientação Medalha ↑↑ (EV)
Emissor Casa da Moeda do Rio de Janeiro
Emissões / Quantidades cunhadas
Ano de cunhagem Quantidade Amato Vieira Bentes Prober Krause
1932 695.214 P.719 - 619.01 L-2015 KM# 532 (página 250)

D. João III

D. João III 'O Colonizador' - Rei de Portugal

Nascido em Lisboa, era filho do rei Manuel I de Portugal e de Maria de Aragão, princesa de Espanha, filha dos Reis Católicos.

Sucedeu em 1521 ao pai, morto no auge de seu poder aos 52 anos de idade, que reinara 26 anos. Dom João III, aos 19 anos, foi aclamado a 22 de dezembro, no alpendre da igreja de São Domingos.

Herdou "um império vastíssimo mas demasiado disperso", de modo que o reavaliou com ajuda de conselheiros, abandonando o projeto imperial de seu avô e de seu pai.

Era extremamente religioso, o que o tornou subserviente ao poder da igreja e permeável à introdução da inquisição em 1536.

Dom João preocupou-se efetivamente com o pleno domínio do Brasil, que dividiu em capitanias-donatárias, as conhecidas capitanias hereditárias, estabelecendo um governo central em 1548.

"Foi o verdadeiro criador do Brasil, que rapidamente se tornou o elemento fundamental do império português, assim o sendo até o início do século XIX"
— Paulo Drumond Braga

Adoeceu após 1550, teve uma doença ainda mais grave em 1555 e morreu em Lisboa, dois anos depois, devido a um acidente vascular cerebral (apoplexia). Foi sepultado no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa.

Fontes:

  • Artigo "A série dos 400 anos do descobrimento do Brasil" publicado por Fabiano Oliveira (doliveirarod) em 26/12/2008 às 04:02 no Forum-Numismatica.
  • Correções, complementos e nova diagramação por Plínio Pierry;
  • Imagens obtidas na internet.