Selo riqueza da fauna brasileira: cupinzeiro luminoso, mico e preguiça
O selo Riquezas da Fauna Brasileira, super emissão postal dos Correios do Brasil, apresenta três novos espécimes da nossa fauna: o cupinzeiro luminoso, o mico-leão-preto e a preguiça-de-coleira.
A folha de selos é composta por fotografias de três diferentes e exóticas espécies da nossa fauna: as larvas do besouro Pyrearinnus termitilluminans, que proporcionam o fenômeno conhecido como Cupinzeiro Luminoso, a Preguiçade- Coleira e o Mico-leão-preto.
Nas fotos, tomadas em ambiente natural, foi possível destacar a cativante beleza dos dois mamíferos e as peculiaridades do fenômeno luminoso do cupinzeiro, contrastando o forte matiz verde com o fundo de gradiente escuro do anoitecer.
Foram usadas as técnicas de fotografia e computação gráfica.
Edital nº | 22/2019 |
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Fotógrafo do cupinzeiro luminoso | Ary Bassous |
Fotógrafa do mico-leão preto | Gabriela Cabral Rezende |
Fotógrafo da preguiça-de-coleira | Fábio Lima (Instituto Tamanduá) |
Processo de Impressão | ofsete |
Papel | Couchê gomado |
Folha | Com 30 selos |
Valor facial | 2º Porte Carta Comercial |
Tiragem | 300.000 selos (100.000 de cada) |
Área do desenho | 39 x 21 mm |
Dimensão do selo | 44 x 26 mm |
Picotagem | 11 x 11,5 |
Data de emissão | 29/09/2019 |
Locais de lançamento | Manaus-AM e Teófilo Otoni-MG |
Impressão | Casa da Moeda do Brasil |
Versão | Departamento de varejo/Correios |
Cód. de comercialização | 852013035 |
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Cupinzeiros Luminosos
Observados no Brasil Central constituem um fenômeno impressionante que aparece em relatos de viajantes e naturalistas desde o século XIX. Essa luminosidade ocorre no início da estação chuvosa e dura apenas algumas semanas.
Os pontos luminosos que aparecem na superfície dos cupinzeiros construídos pelo cupim Cornitermes cumulans são larvas de um besouro (Pyrearinnus termitilluminans) que medem cerca de 2 cm e cavam túneis na parede externa.
Durante a noite a larva expõe parte do corpo através de uma abertura e usa a luz esverdeada emitida por seus órgãos bioluminescentes para atrair presas, especialmente cupins e formigas alados, que revoam em grande número à noite. Cada cupinzeiro pode conter até cerca de 200 larvas.
Cornitermes cumulans (Kollar, 1832) constrói ninhos de barro de forma aproximadamente cônica e com uma parede externa dura, com altura média em torno de 80 cm. Ninhos velhos podem atingir altura de cerca de 1,5 m.
Pyrearinnus termitilluminans (Costa, 1982) é um besouro da família Elateridae que possui órgãos bioluminescentes na larva e no adulto.
Na larva a bioluminescência é produzida por um par de órgãos arredondados localizados no pronoto, a região dorsal do primeiro segmento do tórax. Como nas outras espécies de besouros luminescentes, a luz é produzida através de uma reação química que envolve a oxidação de uma substância chamada luciferina.
Essa luz pode ser usada para comunicação entre indivíduos da mesma espécie ou para a atração de presas. Essa espécie de besouro é conhecida apenas no Brasil.
Informações de Reginaldo Constantino, Ph.D. do Departamento de Zoologia, IB, Universidade de Brasília
Mico-Leão-Preto
Dentre as quatro espécies de micos-leões que a Mata Atlântica Brasileira abriga, está o mico-leão-preto, Leontopithecus chrysopygus (Mikan, 1823), a espécie símbolo do estado de São Paulo. Isso porque ela existe apenas nesse estado, nos remanescentes de Mata Atlântica de Interior e matas ciliares.
Devido à intensa devastação dessa floresta e fragmentação de seu habitat, a espécie sofreu uma redução significativa da população a aproximadamente 1500 indivíduos. Para se ter uma ideia, o mico-leão-preto foi considerado extinto por 65 anos, devido à ausência de registros na natureza, até sua redescoberta em 1970.
Os micos-leões-pretos são pequenos primatas que pesam cerca de 600 gramas quando adultos. Têm o corpo coberto por uma pelagem longa, predominantemente preta, com exceção do dorso que apresenta coloração alaranjada. Recebem esse nome por conta da pelagem da cabeça, que se assemelha a uma juba de leão.
Vivem em grupos familiares de 2 a 8 indivíduos. Cada grupo é composto por uma fêmea dominante, um a dois machos reprodutivos e os filhotes e juvenis do casal, que permanecem no grupo até atingirem a maturidade sexual e dispersarem para a formação de seus próprios grupos familiares.
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A fêmea geralmente dá à luz gêmeos, uma vez ao ano, após uma gestação de aproximadamente 4 meses. Eles se comunicam entre si, emitindo diversos tipos de vocalizações tanto para com os membros do grupo como de grupos vizinhos.
Como são animais territorialistas, cada grupo utiliza uma área quase que exclusiva, que pode variar de 40 a 400 hectares. Eles realizam suas atividades durante o dia, e à noite se abrigam em ocos de árvores para dormir.
Alimentam-se majoritariamente de frutos, mas também de invertebrados, pequenos vertebrados, como lagartixas, aves e pererecas, exsudatos das árvores (goma) e flores.
Atualmente, o mico-leão-preto é classificado na categoria “Em Perigo” nas listas de espécies ameaçadas internacional, brasileira e estadual, sendo os principais fatores de ameaça a perda e fragmentação de seu habitat.
Informações de Gabriela Cabral Rezende, Pesquisadora e Coordenadora de Programa de Conservação do Mico-leão-preto do IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas
Preguiça-de-Coleira
A espécie Bradypus torquatus foi categorizada como Vulnerável, considerando a sua área de ocupação estimada de pelo menos 978 km², imersa em matriz florestal severamente fragmentada, sofrendo declínio continuado em sua área de ocupação e qualidade do hábitat.
Endêmica ao Brasil, ela está presente apenas na Mata Atlântica costeira do Sudeste e Nordeste. Ocorre nos estados de Sergipe, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo e provavelmente no extremo nordeste de Minas Gerais.
A preguiça-de-coleira caracteriza-se por possuir uma pelagem espessa de cor castanho-claro, uniforme por todo o corpo, sem distinção entre o dorso e o abdome, e uma coleira de pelos longos e pretos ao redor do pescoço, geralmente mais longa e nítida na região mediana do dorso.
Esta mancha de pelos pretos é ausente nos filhotes e juvenis, cujo dorso varia do branco ao marrom-claro. Um dado interessante é que a coleira preta é maior e mais negra nos machos.
De hábitos solitário e arborícola restrito, tem atividade diurna e noturna, dependendo da área ou região. Alimenta-se, preferencialmente, de folhas mais jovens e, raramente, flores e frutos e são muito sensíveis à mudança climática.
O período de gestação é desconhecido, mas ao que tudo indica deve ser semelhante às demais espécies do gênero, ou seja, em torno de seis meses. Os nascimentos dos filhotes ocorrem entre fevereiro e julho.
Na maioria dos casos, as fêmeas têm a gestação e a lactação ocorrendo durante o período do ano em que as temperaturas são favoráveis e os alimentos preferidos são abundantes.
Informações de Flávia Miranda do Instituto Tamanduá.
Onde comprar
Os produtos podem ser adquiridos nos seguintes locais:
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