Os selos focalizam quatro plantas medicinais tipicamente utilizadas e consagradas pelo saber popular na Amazônia. No canto inferior à direita, pode-se perceber os elementos fitoterápicos a elas associados.

A Andiroba é representada pelo seu fruto e óleo medicinal das amêndoas; a Muirapuama, por suas folhas, entrecasca e chá de suas raízes; a Unha-de-gato traz o detalhe de um espinho, cujo formato atribui o nome à planta e, também, o chá da entrecasca; a Copaíba é simbolizada pelos frutos e óleo-resina extraído do tronco.

Os nomes das plantas foram impressos, em cada selo, em microletras. As técnicas utilizadas foram aquarela e digitalização.

Por meio desta emissão, os Correios divulgam quatro plantas medicinais da região Amazônica, difundidas pelo saber popular: Andiroba, Muirapuama, Copaíba e Unha-de-Gato.

Informações técnicas dos selos
Edital nº 12/2012
Arte Álvaro Nunes
Processo de Impressão Ofsete folha com 24 selos, sendo 6 de cada motivo
Papel Cuchê gomado
Valor Facial 1° Porte Carta Comercial
Tiragem 300.000 Selos, sendo 75.000 de cada motivo
Área de desenho 33 mm x 33 mm
Dimensões do selo 38 mm x 38 mm
Picotagem 11,5 x 11,5
Data de emissão 5/8/2012
Local de lançamento Belém/PA, Curitiba/PR
Impressão Casa da moeda do Brasil
Prazo de comercialização pela ECT Até 31 de dezembro de 2015
Código de comercialização 852009240

Andiroba

Selo da Andiroba (Carapa guianensis)

A andiroba é uma árvore de grande porte que cresce na floresta amazônica, preferencialmente nas várzeas e às margens dos rios, podendo ser encontrada ainda em terra firme. Tem tronco reto, cilíndrico e com sapopemas na base.

Produz frutos grandes e do tipo cápsula globosa, contendo de 8 a 16 sementes ou amêndoas. Estas fornecem um óleo amargo de reputação medicinal.

O nome andiroba é atribuído à Carapa guianensis Aublet e à Carapa procera DC. da família Meliaceae. A primeira espécie predomina na Amazônia brasileira.

Os indígenas e caboclos dessa região usam o óleo de andiroba como repelente, purgativo, contra tétano, hepatite, picadas de insetos peçonhentos e parasitas do corpo humano.

Em emplastro ou em fricção, misturado ou não a outras plantas, trata contusões, distensões musculares, entorses, quebraduras, dores lombares e reumatismos. Em xarope composto de limão e mel ou simplesmente misturado ao mel, combate problemas respiratórios.

É usado em unguentos e sabonetes para tratar afecções dermatológicas e em sabões ordinários. O bagaço das sementes, resultante da extração do óleo, é destinado à produção de velas reconhecidas como repelentes naturais de carapanãs ou pernilongos.

Muirapuama

Selo da Muirapuama (Ptychopetalum olacoides)

A muirapuama representa duas espécies nativas da Amazônia, pertencentes à família Olacaceae: Ptychopetalum olacoides Bentham (Brasil, Guiana Francesa e Suriname) e Ptychopetalum uncinatum Anselmino (Brasil).

São árvores de até 15 m de altura, com tronco ereto e fenestrado, folhas brilhantes e de um verde intenso; suas raízes são ramificadas e de coloração mais clara que o tronco. São com frequência encontradas em matas de terra firme.

As duas espécies, popularmente conhecidas por muirapuama, marapuama, muirantã, mirantã e pau-homem, são utilizadas na medicina tradicional amazônica.

Esta planta é relevante na farmacopeia tradicional dos indígenas da região, cujas cascas e raízes são recomendadas contra impotência sexual e reumatismo.

As garrafadas afrodisíacas, encontradas nos mercados locais, são preparadas a partir da maceração de raízes de plantas jovens na cachaça ou no álcool, podendo se associar as outras plantas com a mesma reputação terapêutica.

Indicam-se decocções das raízes por via oral; no caso de reumatismo, macerações alcoólicas aplicadas nas partes afetadas complementam o tratamento. Emprega-se também o decocto das raízes ou das cascas em banhos ou fricções das pernas de crianças que demoram a andar, pois acreditam que isto favoreça o seu desenvolvimento muscular.

A muirapuama é eficaz ainda no tratamento de problemas circulatórios e gastrointestinais, além de ser reconhecida como planta adaptógena ou resistógena, isto é, capaz de adaptar o organismo a situações adversas, a exemplo do estresse e da fadiga.

Sua ação contra distúrbios nervosos e da memória foi confirmada, levando pesquisadores a concluir que seu uso seja provavelmente benéfico aos pacientes com mal de Alzheimer.

O maior contingente da muirapuama encontrado no mercado brasileiro provém do extrativismo.

Copaíba

Selo da Copaíba (Copaifera martii)

Copaíba é o nome de cerca de 20 espécies do gênero Copaifera (Leguminosae-Caesalpinioideae), de ocorrência no Brasil. Entre estas, C. reticulata Ducke, C. multijuga Hayne, C. guianensis Desf., C. duckei Dwyer e C. martii Hayne são recorrentes na literatura sobre plantas medicinais da Amazônia.

São árvores de grande porte em geral, apresentando casca lisa, folhas compostas, frutos uniloculares do tipo vagem, aroma agradável e persistente. São encontradas em florestas de terra firme e inundáveis, às margens arenosas de lagos, igarapés, nas restingas e áreas de cerrado.

Seu principal produto terapêutico é o óleo-resina extraído do tronco. Na medicina tradicional, essa planta é considerada anti-inflamatória, cicatrizante de feridas, cortes e ulcerações, anti-séptica das vias urinárias, sendo indicada ainda no tratamento das afecções bronco-respiratórias e dermatoses.

Para reumatismos e câimbras, o óleo é aplicado em fricção sobre as partes afetadas. Misturado ao mel, combate inflamações de garganta.

A Amazônia é a principal fornecedora do óleo no Brasil e no mundo e sua obtenção advém exclusivamente do extrativismo. O óleo e a casca do tronco da copaibeira são vendidos em toda a região, nos mercados municipais, nas feiras e entrepostos.

Muitas associações comunitárias os utilizam in natura ou em fórmulas caseiras como garrafadas e sabões, preparados e disponibilizados a preços módicos ou gratuitamente.

Já os laboratórios farmacêuticos empregam apenas o óleo em formulações simples como cápsulas ou mais elaboradas como colutórios, loções capilares, xampus, sabonetes e cremes.

Unha-de-gato

Selo da unha-de-gato (Uncaria guianensis)

Unha-de-gato, também conhecida na Amazônia brasileira como unha-de- cigana, garra-de-gavião, cipó-de-tracuá e jupindá, é o nome atribuído a duas espécies do gênero Uncaria, da família Rubiaceae: U. tomentosa (Willd. ex Roem. & Schult.) DC e U. guianensis (Aubl.) J.F. Gmelin.

A primeira espécie foi registrada para a porção ocidental (Acre, Amazonas e Rondônia), habitando as florestas primárias ligeiramente perturbadas e os terrenos temporariamente inundáveis; a segunda ocorre na porção central e oriental, crescendo nas florestas secundárias, nas capoeiras e margens de rios e igarapés.

Ambas as espécies são arbustos trepadores ou cipós, cujos espinhos característicos, semi-curvados e pontiagudos, justificam a denominação popular.

A unha-de-gato é empregada pelos povos amazônicos em diversos problemas de saúde. No Peru, a entrecasca é utilizada no combate de artrites, câncer, úlceras gástricas, enfermidades virais e processos inflamatórios.

No Brasil, entrecascas e folhas são comercializadas e recomendadas no tratamento destes males, assim como de diarreias, hemorragias e as popularmente chamadas "doenças de mulher".

O livro de monografias de plantas medicinais da Organização Mundial de Saúde informa outros usos da entrecasca da espécie U. tomentosa no âmbito da medicina tradicional, tais como no tratamento de abscessos, asma, febres, infecções urinárias e verminoses.

Esta espécie está incluída na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS (RENISUS). Esta lista informa também as contra-indicações deste uso e os efeitos adversos provocados por doses superiores às estipuladas.

Vários produtos fitoterápicos (gel-creme, comprimidos revestidos, cápsulas gelatinosas e duras) são produzidos atualmente, sendo prescritos como analgésicos, anti-inflamatórios de processos reumáticos (osteo-artrite e artrite reumatoide) e contra herpes simples.

Fonte:
Edital de emissão do selo, texto da Dra. Márlia Coelho-Ferreira Coordenação de Botânica do Museu Paraense Emílio Goeldi.

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