Padrões monetários dos povos da antiguidade
Dando sequência ao Curso de noções sobre numismática, chegamos ao momento da história em que, depois das trocas in natura entre os povos agrícolas, surge uma mercadoria importante como parte dos padrões monetários dos povos da antiguidade: o metal.
Por possuir qualidades apreciáveis, podendo ser armazenado sem correr o risco de se deteriorar como os cereais, os animais, as peles, etc., de fácil transporte, podendo ser fragmentado sem que perca o valor, não exigindo sua conservação extremos cuidados, o metal transformou-se em objeto de troca, concorrendo com o gado moeda, na avaliação do preço de todas as coisas.
Na sua utilização monetária primitiva, os metais nos aparecem segundo os lugares, sob as formas mais diversas: pepitas, pó, barras mais ou menos alongadas e achatadas, utensílios como enxadas, machados, panelas, facas, joias, braceletes, anéis, etc.
As "moedas metálicas" no estado nascente, tomaram espontaneamente o nome de pesos. Um determinado peso de metal representava um valor e com essa quantidade de metal regulada pela escala de medida em uso nos diversos povos, podia-se assinalar o preço de todas as coisas. Tais os tabnous, os ciclos (moeda e peso judaico), as minas, os talentos e mais tarde as onças, os marcos, as libras, etc. e na China os taels.
É certo que se estava ainda longe do termo da evolução da moeda, mas também é certo que se tinha descoberto um meio geral de pagamento. Foi longa essa época e dilatada a sua geografia.
O que a princípio se apreciava mais no ouro e na prata, era a qualidade de serem em valor, iguais às mais transportáveis das mercadorias. A forma importava pouco; barras, placas, cubos, globos, cilindros, eram modelos comuns; depois começou-se por imitar sofrivelmente o objeto usual que havia servido de unidade anteriormente: cabeça de boi, peixe, machado, etc.
Aos metais preciosos, porém, faltava uma condição para serem francamente recebidos nos pagamentos. Era a determinação de seu valor. O utensílio valia pela utilidade prestada a quem o recebia, mas o metal em bruto, não. Só a balança podia decidir, e esta foi o instrumento inseparável dos pagamentos, tendo por isso capital importância na vida desses antigos povos.
Na Antiguidade, foram os pesos graduados segundo uma progressão mais ou menos regular. Nos bocados de metal que serviam de moeda, marcavam-se a traços incisivos secções iguais, indicando o número das divisões, o peso da moeda e o seu valor correspondente.
Com o peso certo do metal, relacionou-se então o valor fixo, sendo esse peso aferido pela escala de medida em uso nos diferentes povos. Devemos esclarecer, entretanto, que os sistemas de pesos variavam muito, como se depreende da redução de valores egípcios a valores asiáticos para a conversão dos tributos.
Os metais preciosos, fecharam um ciclo monetário; foram materialmente a última metamorfose da moeda. O que se fazia com outras mercadorias, fez-se com os metais. Pesaram-no.
É velha no mundo a balança e notáveis os sistemas de pesos e medidas da Antiguidade. Era certamente incompleto o sistema de medida, faltando-lhe a parte fiduciária, que só a autoridade pública pode impor; mas poucos passos foram tão decisivos na evolução da moeda, como a aplicação dos metais à circulação.
Foi essa a data da formação dos preços.
Padrões monetários do antigo Egito
No Egito faraônico, onde a moeda foi sempre desconhecida, todos os metais, o ouro, o electrum (liga natural de ouro e prata), a prata, o cobre, o chumbo e o ferro, foram sempre usados como sinal de troca.
Karl Richard Lepsius (ou Carl Richard Lepsius, 23 de dezembro de 1810 – 10 julho de 1884) pioneiro egiptólogo e linguista alemão da arqueologia moderna, no seu livro Les Métaux dans les Inscriptions Égyptiennes, publica 38 estampas diversas extraídas de antigos monumentos, que mostram em suas múltiplas formas como os metais se apresentavam no comércio do antigo Egito.
Nelas se vêm pilhas de pepitas de ouro em bruto e informes, tal como eram fornecidas pelas minas; bolsas ou peque-nos sacos contendo ouro em grão ou em pó; palhetas de ouro livre da crosta por ação de lavagem, como ainda hoje é trabalhado pelos negros do alto Nilo; em forma de tijolos ou de telhas, em barras ou em placas, formas essas obtidas pela fusão ou trabalho de metalurgia, enfim, em formato de anéis de diferentes tamanhos, forma mais frequentemente usada nas operações de pesagem.
A prata era mais rara do que o ouro no velho Egito. O ouro e o electrum, vinham das ricas minas da Etiópia e a prata era especialmente importada da Ásia, como tributo dos povos da Síria.
Nos textos hieroglíficos, se distingue observando com cuidado, o ouro puro (aurum obrysum) do electrum, como também o ouro ainda não afinado pelo sistema de fusão, assim também se destacando o cobre em seu estado primitivo, isto é, recoberto de espessa camada de terra, do cobre fundido e depurado a que os gregos chamavam de "cobre negro". Assinalemos, entretanto aqui, que o cobre foi muito abundante durante o império dos Faraós.
Qualquer que fosse a forma dada aos metais e qualquer que fosse seu grau de pureza, deles não se podia utilizar como padrão de valor das coisas, sem fazer uso da balança.
Muitos monumentos egípcios, representam a operação da pesagem dos metais monetários; sobre um dos pratos da balança, eram colocados os pesos que apresentavam formas numerosas, como por exemplo, figuras de bois ou somente a cabeça de um boi, de gazelas, hipopótamos, leões e outros animais ou então simples cubos abertos, com a sua parte superior em forma de taça.
No outro prato da balança, colocavam-se os metais. Quando se operava com pesos consideráveis, os metais usados tinham a forma de tijolos ou de telhas; se ao contrário, os pesos eram medíocres ou ínfimos, os metais tinham o aspecto de anéis abertos ou de um, "S" voltado ao contrário. Nestes dois casos, estes pesos eram designados por tabnou [1].
No mural completo que está no túmulo de Rekhmire mostra várias cenas representando os tipos de trabalhos realizados pelos artesãos que trabalharam para o Templo Amon em Karnak. Na imagem acima vemos a pesagem e registro de ouro e prata na forma de anéis (bem distintos no mural, dourado para ouro e branco para prata) coletados como impostos.
Os pesos receberam a forma de uma cabeça de touro e um hipopótamo. O topo da balança está decorado com a cabeça da Deusa da Verdade, Maat, para garantir honestidade e precisão. Rekhmire foi um visir da 18ª dinastia (vice-rei) do sul do Egito, prefeito de Tebas e administrador do Templo Amon em Karnak durante os reinos de Thutmósis III e Amenófis II. Seu túmulo (TT 100) está localizado na Necrópole Sheikh Abdel Qurnah, no Westbank de Luxor, e é um dos chamados "Túmulos dos Nobres".
Com o decorrer do tempo e por efeito de um progresso social espontâneo, o tabnou acabou por ser talhado segundo um peso fixo conhecido por todos e que viria a corresponder à unidade do sistema de medida egípcio, pesando cerca de 90 a 98 gramas, quando se tornou o padrão de medida dos metais monetários.
Para se evitar o cerceio dos tabnous o que muitas vezes ocorria nas transações comerciais, quando as hastes do "S" eram limadas nas extremidades para ajuste do peso, foi estabelecido entre as barras de pesos variáveis, graduações fixas e que tinham relação com a escala do sistema de medida. A principal divisão era a kita, correspondendo à décima parte do tabnou.
Tudo era avaliado e pago em tabnous (outem): gratificações aos soldados, salários, casas, campos, objetos, cereais, escravos, multas judiciais, etc.
Em alguns papiros com hieroglifos encontrados, estão transcritas contas que nos fornecem dados preciosos dos preços de várias mercadorias pagas em tabnous de cobre: [2]
Qtd. | Mercadoria | Preço | Peso (gramas) | ou | Peso (gramas) |
---|---|---|---|---|---|
1 | Boi era avaliado em | 119 tabnous | 11,186 | ou | 11,484 |
1 | Cabrito recém-nascido | 2 tabnous | 188 | ou | 192 |
1 | Casal de patos | 1/4 tabnous | 23 | ou | 24 |
1 | Faca | 3 tabnous | 282 | ou | 288 |
1 | Navalha | 10 tabnous | 940 | ou | 960 |
5 | Peças de tecidos | 25 tabnous | 2.350 | ou | 2.400 |
2 | Litros e meio de mel | 4 tabnous | 376 | ou | 384 |
5 | Litros de óleo | 10 tabnous | 940 | ou | 960 |
1 | Pele curtida | 2 tabnous | 188 | ou | 192 |
1 | Bengala com encrustações | 4 tabnous | 376 | ou | 384 |
1 | bengala simples de cipreste | 4 tabnous | 376 | ou | 384 |
1 | Enxada | 2 tabnous | 188 | ou | 192 |
1 | Broche de bronze | 5 tabnous | 470 | ou | 480 |
A fraude como vimos, quando falamos sobre o cerceio dos tabnous, não devia ser coisa muito rara; numa confissão egípcia inscrita no Livro dos Mortos, encontramos estas menções bem significativas pronunciadas por um moribundo:
Eu não diminuí o peso da balança; eu não falsiei o fiel da balança.
Padrões monetários dos Caldeus e dos Assírios
Entre os caldeus e os assírios, usava-se pouco os metais preciosos para as transações comerciais, quer dizer, o que hoje denominamos troco, só raramente era feito em ouro, electrum, prata, cobre, ferro e estanho, mas vindo felizmente uma maior introdução dos metais de valor para fins de troco, a esses diversos metais foi dada a forma de anéis como os tabnous já em uso no Egito.
Eram usados também tijolinhos ou tabletes chatos, análogos aos que foram encontrados nas fundações do palácio de Chorsabad (Khorsabad), edificado pelo rei da Assíria, Sargão II, que lhe deu o nome e que foi o fundador de uma nova dinastia que reinou na Assíria até a queda de Nínive e do Império.
Nesse palácio, era guardado o tesouro real (707 a. C.) e quando suas ruínas foram exploradas por Botta (Paulo Emílio) entre os anos de 1843 a 1845, teve-se conhecimento desses preciosos achados que, com outros numerosos fragmentos em grande número mandados para Paris, foi possível ao Museu do Louvre formar o conhecido e rico Museu Assírio; infelizmente as inscrições cuneiformes existentes não trouxeram luz à ciência, pois estavam recobertas pelo perpassar dos séculos.
Os baixos-relevos encontrados em Nínive, mostram ainda os tributários conduzindo presentes ao rei em ouro e prata, em bolsas ou em pequenos recipientes ou então esses metais em forma de tijolinhos ou, em forma de barras cônicas ou de pirâmides.
Qualquer que fosse, porém, a forma como se apresentassem os metais, os caldeus e os assírios seguiram o exemplo dos egípcios, fazendo uso da balança; tudo era verificado a peso e daí vêm que em assírio e em outras línguas semíticas, a palavra siclo ou schekel, designava simultaneamente "unidade de peso e unidade monetária".
"O comerciante pesa a prata e mede o grão."
— Texto assírio.
A prata, mais usada do que o ouro nas cidades da Mesopotâmia, teve um papel preponderante nas operações comerciais.
Os caldeus e os assírios, seguindo o exemplo dos egípcios, passaram a cortar em pesos escalonados suas barras, de maneira que o siclo, o meio siclo, a mina e o talento, tornaram-se na Ásia semítica peças idênticas às divisões de medidas já em uso e conservando os nomes anteriormente citados.
Com a prata como peso, comprava-se de acordo com os contratos de interesse privado que nos chegaram em grande número: um escravo, uma casa, um campo, cabeças de gado, aluguéis e outros interesses próprios do comércio.
Num documento deste gênero datado do reinado de Assarhaddon (Assaradão, por vezes chamado Esarhaddon ou Esar-Hadom, foi rei da Assíria entre 681 a.C. e 669 a.C., foi filho de Senaqueribe e de Naqi'a. 667 a. C.), príncipe muito citado na Bíblia e pelos autores gregos, lê-se:
sete mulheres escravas, eram vendidas por 3 minas de prata; entretanto, uma mulher escrava, era comprada por 1 mina e 8 dracmas de prata; uma outra mulher valia 1 mina e meia; comprava-se uma casa por 3 minas e 2/3 em prata; 15 carneiros e 1 vaca gorda, por 10 minas de prata de Cachemir.
Nestas transações, raramente se falava em ouro, este era importado da Mesopotâmia, da índia e do Egito e das trocas comerciais feitas com os fenícios. O cobre era mais raro do que o ouro, apesar da proximidade da ilha de Chipre.
Além dos "tijolos", o comércio assírio parece ter feito uso de barras trazendo já uma marca convencional como a verdadeira moeda, pois os textos dos contratos ainda hoje conservados, mencionam pagamentos feitos em dracmas de prata trazendo a cabeça de Ishtar de Nínive; este nome designa como sabemos, a deusa adorada por todos os povos semíticos e que os fenícios chamavam Astarte, os árabes Athtar e os hebreus Astorote.
Tratava-se verdadeiramente de pequenas barras de prata, pesando uma dracma, com a representação da cabeça dessa deusa; daí é de se supor que outras barras tivessem a forma de leões, de bois, de patos, idênticos aos pesos que serviam para pesar. Isto parece se confirmar, quando sabemos terem os reis da Lídia oferecido ao oráculo de Delfos, ao mesmo tempo que "tijolos para pesar", estatuetas de leões de ouro maciço[3].
Heinrich Schliemann (06 de janeiro de 1822 — 26 de dezembro de 1890), ilustre arqueólogo clássico alemão, empreendendo escavações em Micenas, recolheu com sucesso inúmeros exemplares de cabeças de vaca feitas em ouro, nos arredores do Santuário de Hera, uma das divindades helênicas, rainha do Olimpo.
Num baixo relevo de Persépolis, antiga capital dos Aquemênidas, vê-se um príncipe dessa dinastia recebendo das mãos dos vencidos, bolsas e pequenos recipientes preciosamente seguros pelas mãos como também barras com a forma arredondada e outras achatadas como "tijolos".
Os tributários traziam mesmo balanças em cujos pratos eram colocados pesos ou lingotes de metal, que exteriormente apresentavam a forma de pequenos sinos.
Os indianos pagavam a Dario, como tributo anual, palhetas de ouro acondicionadas em sacos com peso determinado. Mesmo quando a moeda já tinha sido inventada e adotada, o rei dos persas guardava os metais precisos na forma de lingotes e que ele transformava em troca à medida de suas necessidades.
"O rei, dizia Heródoto, entesourava os impostos desta maneira; fazia fundir os metais e os derramava ainda líquidos em formas de terra cosida e quando eles esfriavam, essas formas eram quebradas; quando o rei tinha necessidade da prata, fazia bater a soma que lhe era necessária.
Nos livros Avestas, nome porque se designa o conjunto dos textos mazdeanos, outrora chamados os Livros Sagrados dos Antigos Persas, lê-se que os pagamentos feitos em lingotes ou em pequenas barras, eram avaliados a peso e de maneira comum.
Assim, com estes exemplos, vê-se que os impérios asiáticos recorriam constantemente, como o Egito, aos padrões metálicos para medir tudo que fosse suscetível de ser avaliado.
Na época plenamente histórica, o troco puro e simples, tinha tanto na Mesopotâmia, como na Pérsia e também no vale do Nilo, uma tendência a desaparecer e não era usado senão nas camadas inferiores da sociedade ou em circunstâncias particulares que favoreciam a sua aplicação ocasional.
Padrões monetários dos Hebreus
Na Síria e na Palestina, como no Egito e na Caldéia, as transações comerciais se faziam habitualmente por intermédio dos metais preciosos e do cobre.
Sempre que a Bíblia se refere a pagamentos, são os metais citados como padrão de valor; são sempre pesados e o siclo (shekel, também grafado sheqel, shequel ou, na sua forma aportuguesada, xéquel, em hebraico: שקל; plural: shekels, sheqels, sheqalim, em hebraico: שקלים) que significa a grosso moso contar e pesar, foi por muito tempo antes de se tornar moeda, a unidade de medida.
E para confirmar que o sitio não foi outra coisa senão um peso, basta comparar as diversas passagens da Bíblia em que se fala de ciclos de ouro, ciclos de prata, ciclos de ferro, ciclos de aroma, ciclos de alimentos, etc. Breve, chegou-se à conclusão que o siclo, como a mina e o talento, na origem, não eram senão uma das divisões do sistema de medida.
Muitas e muitas vezes se constata nos livros bíblicos, que os metais serviam para as trocas sendo fracionados antes, tendo o peso exato de um siclo, de um meio siclo, de uma mina, de um talento ou de um peso igual aos seus múltiplos ou às suas divisões.
Esses pedaços de barras de ouro, de prata, de cobre, escalonados gradualmente como os pesos de uma balança, circulavam entre todas as mãos de tal maneira que na China e no Egito, obtinha-se por intermédio dessas pequenas barras o meio de perfazer um pagamento sem dificuldades, devido à graduação bem fracionada dos lingotes; podia-se mesmo dispensar a balança e contar simplesmente os ciclos, peça por peça, desde que a honorabilidade do devedor merecesse fé.
A primeira transação comercial que menciona o Gênesis — que como sabemos, é o primeiro dos cinco livros sagrados que compõem o Pentateuco e que serve de introdução à história geral da humanidade e depois à história do povo de Deus — é a aquisição feita por Abraão da caverna de Macpela para fazer seu túmulo; o patriarca hebreu, pai da nação judia, vindo do Egito "muito rico em gado, em ouro e em prata" paga a peso a Efrom, "400 ciclos de prata", tais como os que tinham curso entre os negociantes. Estas palavras fazem alusão, sem dúvida, ao peso e ao título dos ciclos.
Constantemente a Bíblia se refere a pagamentos, presentes, contribuições e multas feitas em ciclos, minas e talentos, como avaliações de medidas. Vamos citar como exemplos:
- quando os israelitas pagam um tributo pessoal de meio siclo para a construção do Templo;
- quando Abimeleque, rei filisteu, paga a Abraão mil ciclos de prata pelo rapto de Sara, que supunha irmã de Abraão;
- quando Abraão para a Ornam 600 ciclos de ouro; ou
- quando José é vendido por seus irmãos por vinte ciclos de prata pesados.
Na Lei Mosaica (legislação de Moisés), tudo se paga em prata estimada a peso: casas, rebanhos, campos, multas, etc.
Como nos outros países, a forma dada a estas barras fazendo o papel de moeda, era muito variável. Quando se fala em somas enormes, como por exemplo, de talentos de ouro, talentos de prata, talentos de chumbo, talentos de cobre e talentos de ferro, deduz-se tratar-se de barras em bruto ou de "tijolos" muito pesados.
O nome semítico do talento — kikkar — significando o "círculo, objeto redondo, um peso redondo", faz lembrar a forma do tabnou egípcio, o que nos leva a admitir sem esforço, que está denominação tira sua origem da forma das primitivas barras que pesavam 1 talento.
As barras de um peso medíocre, eram manufaturadas e transformadas em joias, principalmente em braceletes e anéis, como no Egito. Nós encontramos com efeito, repetidamente mencionados nos textos, joias pesadas e dadas em pagamento; as joias que Rebeca, mulher do patriarca Isac recebeu, consistiam em um anel de ouro pesando meio siclo e de dois braceletes com o peso de dois ciclos.
A insistência com que são especificados os pesos destas joias dadas em pagamento, é significativo. Da mesma maneira que os numerosos parentes e amigos de Jó lhe davam cada um um anel de ouro, é claro que estes anéis não podiam ser considerados senão como moeda.
Samuel, o último dos juízes de Israel, fala de um indivíduo que trazia sobre si uma verdadeira peça de metal pesando um quarto de siclo, que mais parecia uma moeda. E mesmo no livro dos juízes, encontra-se um personagem chamado Mica, que servia para seus pagamentos de ciclos tendo a forma da imagem gravada. Esta particularidade, faz lembrar as dracmas com a cabeça da deusa Istar, que nós já descrevemos ao mencionarmos os contratos assírios.
Muitas vezes os metais preciosos circulavam em pequenas peças, em grãos ou em pó, guardado em bolsas. Quando os irmãos de José compraram trigo no Egito, no momento da fome, eles levavam as somas de prata em bolsas escondidas no fundo dos sacos de trigo. O uso das bolsas é frequentemente mencionado na Bíblia.
No tempo do rei Joas, havia no Templo de Jerusalém um cofre entalhado, como ainda hoje usamos em nossas igrejas e no qual os padres depositavam pequenos lingotes ou de maneira mais clara, peças de prata ofertadas pelo povo para a reparação do Templo.
Quando o cofre estava cheio, era esvaziado e a prata metida em pequenos sacos, depois de contada e pesada. Tudo isto nos aproxima gradualmente do uso da moeda, mas estas peças de metal não podiam ser consideradas moedas, no amplo sentido da palavra.
A operação da pesagem dos lingotes, embora não seja sempre mencionada, não é posta em dúvida. Entretanto, nas várias passagens da Bíblia, se constata que as transações se faziam em praça pública e no mercado, onde vendedores e compradores se serviam de balanças que traziam sempre à cintura com uma série de pesos de pedra. Um dos provérbios dizia: uma falsa balança, é urna abominação de ante do Senhor.
É fato que existia entre os judeus, um corpo de funcionários oficiais que se instalavam nos principais mercados munidos de balanças e de certas medidas tabeladas pela autoridade pública. Estes funcionários, parecem ser os representados nas pinturas egípcias, quando certificam em suas balanças os pesos dos tabnous.
O que nos leva a essa conjectura, é a inscrição aramaica do célebre peso em forma de leão encontrado em Abidos, cidade edificada no Helesponto pelos milesianos em 655 a.C. e hoje arruinada, na base do qual se lê: controlado frente aos conservadores da prata. (M. Vogue, Revue Archeólogique, tomo 1, pág. 30, 1862) [4].
Esse costume que acabamos de assinalar em uso entre os judeus, era também usado pelos seus vizinhos do norte, os Sírios ou Heteus, antigo povo de Canaã e os Fenícios. Numa inscrição encontrada no Templo de Amon ou Templo de Kark como é hoje conhecido, descoberto e reconstruído pelo eminente egiptólogo francês G. Legran, em 1898, lê-se que Tutmosis III, o conquistador mais ativo e vitorioso que o Egito conheceu e que empreendeu a reconstrução do Templo de Amon, recebeu dos heteus da Síria entre outros tributos, oito anéis de prata com o peso de 301 tabnous [5].
Padrões monetários dos Fenícios
A Antiguidade clássica dava aos cananeus da costa, o nome de fenícios. Segundo certas tradições gregas, este nome teve origem na palavra Phoenix, filho de Agenor e fundador da raça. Vários historiadores, porém, dizem que Phoenikes significa simplesmente "povo vermelho", por terem a princípio habitados as costas do mar Vermelho ou pelas fábricas de púrpura por eles estabelecidas em todas as suas colônias.
A opinião, porém, mais geralmente admitida nestes últimos tempos, vê em Phoenix a significação de "palmeira" e em Phoenikia a de País das Palmeiras. Assim, Phoenix parece vir de Phum (Poeni, Puni), antigo nome nacional que os cananeus tinham na sua pátria primitiva e que os acompanhou em todas as suas emigrações.
Os cananeus do golfo Pérsico, transmitiram o nome de Fenícia à Síria, os fenícios da Síria levaram-no para a África e os da África (Poeni) espalharam-no por todas as suas colônias.
Os fenícios foram como que o veículo das civilizações dos povos com quem comerciavam, os quais importavam para, por sua vez, exportarem a outros povos mais ou menos distantes, onde os levava sua ousada navegação. Assim, pode-se dizer que as antigas civilizações do Egito, da Assíria, da Babilônia e da Grécia, foram postas em contato por este povo, para mais tarde se transformarem e depurarem, dando nascença às civilizações modernas.
Os fenícios eram mais um povo comercial do que um povo conquistador e guerreiro. Isto se depreende da história das suas mais importantes cidades, Sidon e Tiro, atraía-os para o mar, a situação excepcional do seu país.
Os seus navios não velejavam somente até às costas e ilhas do Mediterrâneo, a fim de trocarem os produtos do seu país pelos do Extremo Oriente, mas aventuravam-se a mais longínquos mares, chegando a passar além das "Colunas de Hércules" (Gibraltar), para permutarem as suas mercadorias com estanho das ilhas Britânicas e o âmbar amarelo do Báltico.
A índia não lhes foi desconhecida, a Arábia recebeu-os em seus portos, visitaram o Egito, a Grécia, a Sicília, a Espanha e por instigações de Necao II, rei do Egito, chegaram a dobrar o cabo sul da África em uma viagem de três anos.
A atividade industrial deste povo essencialmente mercador, levou-o a muitas descobertas, como o vidro, a tinturaria de purpura, os bronzes, os móveis de cedro e o alfabeto, que hoje se sabe terem importado do Egito.
Eram habilíssimos na arte de trabalhar e fundir os metais, na tecelagem, na arquitetura e demais artes. Sem dúvida, os fenícios tentaram tudo que humanamente se podia tentar naqueles tempos, para dar desenvolvimento completo ao comércio ao que com ele se prende, a navegação, a colonização, a indústria, etc.
Entre os fenícios, os maiores negociantes da Antiguidade como já vimos, os metais preciosos circulavam em abundância, principalmente sob a forma de barras e anéis. Os anais de Tutmosis III, assim como o texto bíblico da construção do templo de Salomão, nos revelam as imensas riquezas deste povo, em ouro e prata, eles iam procurar estes metais às costas da Ásia Menor, da África, na Trácia e principalmente na Espanha e por essa razão os gregos diziam que as embarcações dos fenícios, tinham "âncoras de prata".
Ordinariamente a indústria transformava em joias, os metais preciosos destinados as trocas e sob esta forma, os braceletes desempenhavam o principal, como na Palestina e no Egito.
Em diversos pontos da ilha de Chipre (Cária, Pafos, Idália, Amatonta), foram encontrados anéis de tamanhos diferentes, que serviam para atar e ornar a cabeleira das senhoras.
Estes anéis, não eram fechados e na maior parte se apresentavam orlados com florões ou figurinhas. O caule da flor, formava as vezes uma espiral e meia. Entretanto, tudo é em ouro, em electrum ou em prata, sua forma se aproxima do tabnou egípcio, seu peso corresponde às divisões de um sistema de medida, enfim, as marcas de valor gravadas sob vários dentre eles (anéis), assinalam sem dúvida alguma, um papel monetário do qual achamos a indicação, indicação essa encontrada no número dos anéis de cobre revestidos de uma simples película de ouro.
Não esqueçamos que hoje ainda em todo o Oriente, as mulheres possuem espécies metálicas que constituem o tesouro da família.
Seus penteados, seus colares, suas pulseiras, são consteladas de moedas de ouro e prata que varia com a fortuna de cada família. As mais pobres se contentam com falsas peças de cobre dourado sem valor e de tais colares ou adornos para os penteados femininos, se encontram comumente em todos os bazares orientais, constatando-se neste estudo mais uma vez, a preocupação do adorno feminino dentro da Antiguidade a mais recuada.
Padrões monetários da Grécia primitiva
Na epopeia homérica que é obra de vários séculos e onde os costumes antigos se encontram mais próximos dos usos modernos criados sob a ação do progresso social, vê-se funcionar ao lado do troco puro e simples e do "gado-moeda", o emprego dos metais brutos ou manufaturados como padrão do preço de tudo que se vende e que se compra.
Aqui como por toda a parte, o emprego do "gado-moeda" tornava-se incomodativo e às vezes impraticável, sendo o metal de manejo mais fácil, foi esse o meio adotado e preferido.
O ouro, a prata, o ferro, o cobre, eram bastante conhecidos para que cada um os obtivesse sob a forma de lingotes, de armas e de utensílios.
Os gregos de Homero, pesavam o ouro com cuidado minucioso e o avaliavam em talento, eles procuravam este metal brilhante que sob todas as formas que a indústria lhe podia dar, era distribuído em recompensas, em jogos, presentes, liberalidades, em preços de cativos e em salários.
O talento de ouro homérico, era de um peso muito fraco e cuja avaliação precisa, parece impossível fixar, embora M. Ridgeway acredite valesse o talento do ouro o preço de um boi, relacionando-o ao antigo estado de coisas, quando o boi era padrão de valor.
A prata servia para os mesmos usos que o ouro, embora frequentemente fosse trocada sob a forma de barras ou de taças guarnecidas exteriormente com cenas decorativas. O bronze circulava em barras e mais geralmente em forma de tripeças e tachos que serviam para trocas. Correntemente, eram dados também como prêmios nos concursos atléticos.
Os tachos eram de diversos tamanhos, como por exemplo, de 2 medidas, 22 medidas, etc. O valor desses tachos e das tripeças, variava segundo suas dimensões e da ornamentação que apresentassem.
Um tacho era estimado em um boi, equivalência que por um acaso, era também adotado pelos Bahnar da Indochina (que ocupava a atual região do Vietnã, Camboja e Laos). A tripeça, sem dúvida, de maiores dimensões e mais ornamentada, era avaliada em doze bois.
A lembrança destes tempos primitivos, quando as panelas de cozinha era assim um meio de troca dos mais usados, acha-se consignado em alguns fragmentos das leis cretenses descobertas a poucos anos por Federico Halbherr (1857 – 1930), em Gortina, que foi uma das maiores cidades de Creta, arruinada pela conquista árabe e Cnossos, que foi por muito tempo capital da ilha.
As inscrições que datam de um tempo anterior ao IV século, reproduzem as tarifas e as avaliações de uma época bastante recuada, mencionando os pagamentos de multas em tachos e tripeças, concorrendo com a moeda verdadeira em stateros, dracmas e óbolos [6].
Os comentadores mostraram-se deveras surpresos, ao constatar que a avaliação das multas editadas por estas antigas leis, obrigavam um indivíduo condenado a pagar 25 ou 50 e até 100 tachos. Como admitir que uma só pessoa pudesse ter tão grande número destes utensílios domésticos? Mas não é natural que eles os tivessem colecionado e lhes dado um determinado valor monetário?
Parece não restar dúvida, que os tachos ou panelas de cozinha, como os bois e os carneiros em outros casos, mostrassem riqueza. Isso é atestado pelo grande número de pessoas que tinham esses animais a seu serviço, ou como alimento à sua mesa, daí porque indivíduos ricos tinham um verdadeiro arsenal destes objetos que guardavam e tinham em reserva, como nós fazemos hoje com as nossas moedas.
De uma passagem da Ilíada, pode-se inferir que entre os utensílios-moeda de que se serviam, ao lado das tripeças e dos tachos, figuravam também machados de ferro. Com efeito, Aquiles ofereceu aos arqueiros quando dos célebres jogos em honra dos funerais Patroclo, dois prêmios: um, constava de 10 machadinhos de dois gumes e outro idêntico, porém, de um só gume.
É Chipre que desta vez fornece à história, vestígios deste costume que hoje por analogia, ainda é usado pelas populações semisselvagens da Ásia e da África.
Com efeito, em comentário de Hesíquio, sabemos que primitivamente circularam em Pafos barras de metal com o peso e o valor de 10 minas, com a forma desses machadinhos. Também encontramos referências a esses machados-moedas, no famoso decreto em escrita cipriota dado por Stasícipros, rei de Idalium em 450 a.C., em favor do médico Onasilos e de sua família. Essa recompensa, uma soma de prata, está assim expressa:
"quatro machadinhos e dois didracmas de Idalium."
É claro que o machadinho, no meio do século V, deveria ser simplesmente uma moeda de conta valendo 10 minas [7].
Uma outra referência também de Hesíquio, nos diz que em Chipre, se dava o nome de âncora aos trióbulos. Como nenhuma moeda cipriota tinha o tipo da âncora, torna-se quase certo que a moeda divisionária chamada trióbulo, recebera o nome de âncora, porque na época primitiva, este instrumento reduzido a proporções mínimas servia de sinal de troca e valia 3 óbolos.
Nas moedas de Tênedos (também conhecida como Bozcaada (em turco) e Ténedos), vemos no anverso o tipo do machadinho de dois gumes e Pausânias conta que viu em Delfos machadinhos ofertados segundo a tradição, por Periclitos, rei de Tênedos, ao tempo da guerra de Tróia. Daí talvez se possa concluir que estes machadinhos, serviram primitivamente como padrão de valor.
Quando o progresso social permitiu, eles foram substituídos por um instrumento de troca mais cômodo, não conservando o cunho da idade heroica, desmonetizados por assim dizer e o rei Periclitos, depositando no templo de Delfos, esses veneráveis monumentos aos quais depois se atribuiu um supersticioso respeito, teve mais tarde sua imagem gravada nas primeiras moedas cunhadas pela ilha de Tênedos, como a recordar uma época que findara.
Como no Oriente, os anéis, braceletes, as joias de toda sorte em ouro e em prata, faziam ao lado das barras e dos demais utensílios, o papel de intermediários para o troco como na circulação primitiva, como bem o demonstram as peças encontradas nas escavações feitas em Hissarlique, Tirinto e Micenas.
Heinrich Schliemann conta que, quando nos seus trabalhos realizados em Micenas, nas proximidades do santuário de Hera, encontrou nas escavações uma infinidade de objetos e entre eles, "56 cabeças de vaca confeccionadas em ouro, uma em prata, com os chifres de ouro".
É evidente que parece se tratar de ex-votos à Hera, contudo, como os machadinhos de Tênedos e as primitivas moedas de bronze da Itália central, estas 56 cabeças de vaca, só poderiam ser espécimes monetários e nessa qualidade, servido de prêmio, antes de se tornarem ex-votos religiosos.
Há a circunstância ainda da forma de "cabeça de vaca" lembrando as trocas, quando o boi e a vaca serviam de padrão monetário. E esta recordação perdurou mais tarde, quando às primitivas moedas de Atenas ou da Eubéia. Foi dado o nome do animal.
Mais tarde e quando a verdadeira moeda já se tinha espalhado por todo o mundo helênico, Esparta, talvez por uma tradição, continuou a se servir de barras de ferro como intermediárias das trocas.
A estas peças de metal, davam o nome de pelanor e cada uma pesava 1 mina eginética e para o transporte de seis, seria necessária uma carroça puxada por dois bois, pois seu peso seria igual a 4.536 quilogramas.
Davam também a estas barras que o circulavam ao lado das verdadeiras moedas, o nome de pastilhas-espetos (obeliskoi). E quando no VII século, Fidão, rei de Argos, mandou cunhar as primeiras moedas de Egina, introduzindo no Peloponeso um verdadeiro sistema de pesos e medidas, é o que os velhos "espetos de ferro" que até aí vinham servindo de moeda foram retirados da circulação e alguns exemplares depositados como ex-votos, no santuário de Hera, em Argos.
Padrões monetários na Itália central
Na Itália Central e entre os etruscos, hábeis metalúrgicos, o ouro e a prata eram importados do estrangeiro, como se dava com os gregos. O cobre ao contrário, era muito abundante e nativo do próprio país.
Foi naturalmente o cobre que nos primitivos tempos ao lado dos animais, foi escolhido para padrão nas transações comerciais. Na sua aplicação monetária, dizem os historiadores latinos, chamavam-no de aes rude ou aes irifectum, isto é, cobre bruto.
Estas barras de cobre informes (raudera, raudusculo, rudera) eram no uso fracionado em blocos mais ou menos consideráveis, segundo as necessidades oriundas das operações comerciais e o valor de cada um não podia ser "estimado" (de aes) senão por seu peso determinado pela balança, peso esse que obedecia a escala dos sistemas de medidas em uso na Itália Central. O peso mais forte, correspondia a 707 gramas e o mais fraco a 2 gramas e 21 centigramas.
Os primeiros (707 gramas), equivaliam a duas libras romanas (clupondius) e estes pedaços de cobre bruto apareciam na circulação comercial como padrão de valor em barras alongadas, trazendo em uma das faces linhas paralelas salientes, espaçadas e às vezes separadas por pontos e glóbulos e outras vezes dispostas como se fossem espinhas de peixe. Blocos desta espécie, dispensavam a balança, bastando contar as linhas e os pontos.
Se acreditarmos na tradição conservada por Plínio, seu emprego como tipo de valores, persistiu até a época de Servius Tulius.
Um grande número destes blocos de metal, vieram até nós e muitos foram encontrados entre os ex-votos oferecidos a certas divindades.
Estas marcas tão rudimentares, testemunhavam já um Progresso e eram sem dúvida a transição para o período do aes signatum, que já se podia considerar como verdadeira moeda.
Padrões monetários na China
Na China, o fracionamento regular das barras monetárias, não impedia que recorressem à balança, todos aqueles que desejassem verificar a regularidade do peso que cada particular levava ao mercado e cujas barras se apresentavam talhadas pela iniciativa particular.
Os chineses também se serviam frequentemente da pedra de toque para se assegurarem do título dos metais preciosos.
Ainda hoje, os chineses se servem de pequenas barras de prata ou curo, achatadas e divisíveis em bocados minúsculos, que se pesam cada pagamento, do mesmo modo que se pesa o ferro ou o cobre para os usos industriais.
A unidade de peso da prata, era o tael, onça chinesa pesando 38 gramas e dividindo-se à maneira decimal em 10 tessins, subdividindo-se em 10 yens e subdividindo-se ainda várias vezes por dez.
Considerações finais
Bem, por hoje é só, esperamos que tenham gostado do artigo e fiquem atentos para as próximas aulas.
[1] Por tabnou compreendemos hoje o signo hieroglífico que os antigos egiptólogos denominavam outem, com peso aproximado de 96 gramas.
[2] Tabela elaborada por François Lenormant (17 de janeiro de 1837 – 09 de dezembro de 1883) foi um assiriologista e arqueólogo do século XIX. A tabela está no seu trabalho La monnare dans l'antiquitê, tomo I, pág. 95.
[3] Delfos, cidade da antiga Grécia. No seu santuário, por intervenção da Pítia, que era a sacerdotisa de Apoio e que dizia oráculos, os deuses entravam em comunicação com os homens; este oráculo ilustrou Delfos, sobretudo depois do século VI a.C. As primeiras investigações efetuadas por Otfried Müller e Le Bas, datam do meado do século XIX. Em 1860, descobriu-se o grande tesouro dos atenienses; de 1892 a 1896, prosseguindo as escavações, foram encontrados pedestais de ex-votos, tesouros numerosos e bastante curiosos, numerosas esculturas, estátuas de atletas. Em 1903, era finalmente inaugurado o Museu dos Delfos.
[4] Aram, nome dado pela Bíblia à Síria e à Mesopotâmia, povoados pelos descendentes de Aram. As línguas faladas no Aram, dividiam-se em dois grupos: o caldaico (dialeto oriental) e o siríaco (dialeto ocidental).
[5] F. Lenormant, La monnaie dans l'antiquité, tomo I, pág. 103.
[6] A descoberta do texto das leis de Gortina em 1885, pelas investigações de Federico Halbherr, Ernst Fabricius e Domenico Comparetti, deram um passo decisivo no conhecimento do direito grego. Estas leis, que compreendem doze colunas de texto em 50 linhas aproximadamente, parecem datar da segunda metade do século V. Entre outras, a lei traz uma tarja variável a ser paga, segundo a dignidade das vítimas.
[7] Este decreto está gravado sobre uma urna em placa de bronze nas suas duas faces e conservado na coleção Luynes, no Gabinete de Medalhas. (E. Babelon e J. A. Blanchet, catalogue cies Bronzes antiques, pág. 704, n.º 2297).