Nomenclatura Numismática

A Numismática, como todas as ciências e todas as artes, usa de uma terminologia especial, empregando termos próprios. Nesse artigo de nomenclatura numismática, que apresentamos em ordem alfabética, estão os termos mais usuais usados na ciência da numária, das cédulas e moedas.

Nele apreciaremos a moeda e a medalha em suas diversas partes, dando-lhes as respectivas denominações, estudando esses exemplares no campo da economia e da arte quanto à sua forma, fabricação, cunhagem ou modelação, módulos, relevos, inscrições, conservação, etc. de uma maneira compreensível para o bom andamento do estudo.

Vamos dar a nomenclatura numismática restrita à terminologia técnica que o estudioso necessita ao ocupar-se do estudo da Numismática.

Abreviaturas em numismática

As mais características são as que indicam os metais, tais como AI, AR, AE siglados, significando respectivamente ouro (avrum), prata (argentum), cobre (aes), além de BR referente a bronze, C de Calaim, EST para estanho, F para ferro, N de níquel, P para a platina, PL referente ao chumbo (plumbum) etc.

A indicação do reverso faz-se todas as vezes por um R maiúsculo, cortado (R/) ou ainda por REV.

Na numismática romana, empregam-se as abreviaturas G.B., M.B., P.B. respectivamente, por grande, médio e pequeno bronze.

Desejamos chamar aqui a atenção do estudioso para a consideração de que entre as letras das abreviaturas por suspensão, isto é, que são seguidas com AV de avrum, AR de argentum, AE de aes, etc., não se devem colocar pontos intermédios que indicariam uma suspensão que não existe.

O mesmo não se dá quando a abreviatura traduz uma perífrase como G.B. (grande bronze), M.B. (médio bronze), P.B. (pequeno bronze) etc., onde os pontos têm justificação por corresponderem a uma determinada suspensão.

Achado

Diz-se ao aparecimento de moedas antigas. Corresponde ao francês "trouvaille" e ao italiano "respostigli".

Acostado

É o mesmo que encostado ou ladeado.

Acrescentada

Diz-se da moeda a que se lhe acrescentou um pedaço de outra semelhante, a fim de adquirir o devido peso, o que aconteceu comumente aos "dirhemes" almorávides que circularam em Portugal, nos primórdios da Monarquia.

Adulterada

É a moeda legal que sofreu dolosamente uma alteração, quer no aspecto geral sendo dourada ou prateada, quer particularmente, eliminando ou substituindo um determinado pormenor, com intuitos de especulação comercial ou científica.

Afilar

Termo antigo no sentido de "aferir"; assim diz o Regimento de 1687:

"...& ter cuidado de que se afilem cada seis meses todos os pesos, & Balanças...".

Afilador

Era o termo antigo para designar "afinador" a que modernamente chamamos "aferidor".

Amoedar

É o verbo que exprime a ação de transformar o metal em moeda, isto é, fazendo do metal uma "amoedação".

Anepígrafa

Muda ou inanimada, moeda sem letreiro algum, sem legenda ou inscrição.

Anômala

É a moeda que por qualquer circunstância sai fora do comum, normal ou vulgar. É termo paralelo e sinônimo de "singular".

Anverso

É a face principal da moeda, onde aparecem as figuras das divindades, efígies dos soberanos, letreiros mais importantes como o nome do país, o nome do Estado a que a moeda pertence.

Apagada

É a moeda cuja gravação de tal modo se puiu, que voltou a seu primitivo estado de chapa. A obliteração pode não ser completa e neste caso a moeda chama-se "gasta", empregando-se também o termo "safada".

Apócrifa

É o mesmo que falsificada. Etimologicamente significa fabricada posteriormente àquela por que pretende passar.

Apólice

É uma nota de emergência emitida por um prazo determinado, para resolver momentâneos apuros financeiros.

Aresmética

Era a antiga forma vocabular de aritmética, quando por ela se começou a divulgar no século XVI o conhecimento e prática de fazer as quatro operações com algarismos arábicos, posto que até então se usavam os números romanos, com os quais não se podem fazer operações aritméticas e onde igualmente se ministravam ensinamentos acerca dos "contos para contar".

Arruela

Pequeno anel ou círculo muito empregado na ornamentação monetária.

Avesso

É designação antiga e pouco usada para dizer "reverso".

Bater moeda

Era um dos direitos inerentes à coroa de Portugal.

Bilhão

Do francês "billon"; os espanhóis dizem "vellon".

O termo genuinamente português, é "bolhão" que assim existia já desde o século XV; a significação de "bolhão" está de acordo com a etimologia proposta para o francês "billon", de bula.

O bilhão é prata com muita liga e, portanto, baixa; a numismática considera-a metal.

Bilíngue

Significa duas línguas; o que em numismática se emprega para designar uma moeda que está escrita em duas línguas, como sucede a determinadas moedas ibéricas com caracteres ibéricos e latinos, o que constituiu um dos melhores subsídios para o estudo interpretativo do alfabeta ibérico.

Bimetalismo

Sistema monetário dos economistas que sustentam que os dois metais preciosos, o ouro e a prata, devem simultaneamente ter valor legal e ser cunhados em moeda.

Bolhão

Liga de prata e cobre de que eram feitas antigamente as moedas de menor valor, como os "dinheiros" durante a primeira dinastia portuguesa, ou ainda nos meados do século XV a moeda divisionária, "espadins" e "cotrins". Os antigos chamaram essa liga de "metal de composição".

Bordo

É a espessura da moeda; pode ser liso ou coberto de pequenos sulcos paralelos denominados serrilha, diminutivo de serra, ou vulgarmente sarrilha, que tem por fim evitar o cerceio.

Quando os sulcos tomam grandes proporções, de modo a deixarem entre si dentes bem distintos, a moeda chama-se denteada ou denticulada — a que os romanos designavam por "nummus serratus".

Braçagem

É o custo da fabricação monetária, qualquer que seja o processo usado, provém de "braço", como alusão à primitiva "máquina humana" que elaborava as diversas manipulações por que o metal passava até se amoedar. É a operação que mais tarde se designou por "feitio e custas do lavramento".

Bracteada

Do latim "bractea" que significa delgada folha de metal geralmente de cunho grosseiro, apresentando a particularidade do disco monetário ser em forma de concha: côncavo-convexo.

Bronze

É a liga do cobre com o estanho, constituindo ainda uma expressão genérica para designar as moedas de ligas de metais pobres. Na numismática romana usam-se as denominações de grande, médio e pequeno bronze na descrição das moedas imperiais romanas, segundo o módulo de cada uma.

Busto

O busto, que às vezes não é mais do que a cabeça do imperante, é um dos principais elementos figurativos da moeda. Conforme a posição em que se apresenta, temos:

  • De frente, como em múltiplos trientes visigodos;
  • À direita, quando voltado para a direita do observador;
  • À esquerda, quando voltado para a esquerda do observador;
  • Conjugados, quando dois bustos se sobrepõem parcialmente no mesmo sentido;
  • Fronteiros, quando dois bustos olham um para o outro;
  • Opostos, quando dois bustos estão de costas voltadas um para o outro.

Também às vezes se usa a denominação de busto, quando aparece somente a cabeça com parte do pescoço; neste caso é melhor dizer antes — cabeça.

A figura do soberano encontra-se às vezes do corpo inteiro, revestindo três formas:

  • De pé, como as dobras de D. Fernando;
  • Sentado, os justos de D. João II;
  • A cavalo, nos morabitinos da primeira dinastia.

Cadinho ou crassa

Era o instrumento em que se fundiam os metais para as amoedações.

Calco

É o mesmo que "decalque".

Campo

É a parte que fica circundada pela legenda e onde está inscrito o tipo ou ainda o espaço vazio, liso, a que se poderia chamar fundo, entre o tipo e a legenda.

Cantonada

É a expressão corrente na descrição de uma moeda para dizer que, nos quatro cantos duma cruz, por exemplo, ela é cantonada por quatro florões.

Carimbada

É a moeda que depois de haver entrado em circulação sofre um puncionamento parcial, levado a efeito com um carimbo. Antigamente dizia-se "selada".

Carimbo

Expressão genérica para indicar qualquer puncionamento que a moeda tenha sofrido, quer para lhe dar curso legal aumentando-lhe o valor ou regularizá-la sob qualquer aspecto.

Costuma-se chamar contramarca, ao carimbo que indica um valor diverso do que a moeda tinha.

Casa da moeda

É a oficina onde o dinheiro se fabrica. É expressão que geralmente se emprega com referência aos tempos modernos, pois ao nos referir ao período greco-romano, é mais corrente dizer "oficina monetária".

Cédula

É uma circulação fiduciária, a moeda divisionária de papel, cuja conversão é mencionada no cobre.

Cercadura granulada ou pontuada

É o círculo ou circuito de pontos que forma uma circunferência em volta do tipo e junto à orla da moeda.

Cerceada

É a moeda que sofreu um desgaste ou corte circular feito com a malévola intenção de lhe roubar uma parte do seu metal. É a moeda diminuída fraudulentamente no seu peso legal.

Chapa

No campo da numismática tem dois sentidos:

  1. Como disco metálico preparado para receber os cunhos da moeda;
  2. Como último estado de conservação, depois de haver pelo uso perdido a gravação dos seus cunhos

Conservação

É o estado geral em que os cunhos da moeda se encontram e cuja apreciação vai desde a moeda nova como acabou de sair dos cunhos (flor de cunho) passando por diversos estados, soberba, muito bem conservada, bem conservada, regular, um tanto gasta, até chegar pelo uso e desgaste do tempo ao estado de chapa, por haver perdido toda a gravação dos seus cunhos.

Contorneada

É a moeda que tem um fundo sulco circular junto à orla contorneando o tipo, como uma moldura. É especialmente na numismática romana que figuram esses exemplares, conhecidos por "medalhões contorneados".

Contos

Contos para contar ou de contar, eram peças monetiformes de que os antigos se serviam como auxiliar para fazer operações aritméticas.

Contramarca

É a designação do carimbo colocado numa moeda que já fora carimbada para alterar o que fora estabelecido, pelo puncionamento anterior feito pela marca.
Vid. carimbo.

Cordão

É a serrilha em forma de corda que se empregou especialmente no reinado de D. João V, para substituir a primitiva e singela serrilha.

Corpo

É o conjunto da gravação monetária. Moeda encorpada é a que apresenta o relevo muito pronunciado, pelo que também se diz relevada.

Cortada

É a moeda que embora se apresente apenas com uma parte da primitiva moeda, se deve considerar com o mesmo interesse como se estivesse inteira, posto que a mutilação tivesse sido uma norma econômico-monetária, como foi antigamente o caso das medalhas poderem ser as metades em que os dinheiros se podiam cortar.

Crassa

Vid. cadinho.

Crassada

Era o metal fundido (na crassa) para a amoedação.

Cravada

É a moeda que sofreu um aumento de peso aposto por um cravo do mesmo metal, colocado no centro da moeda e rebatido sobre ela. Esta operação é peculiar das índias Ocidentais.

Cravejada

O mesmo que cravada.

Cruzes

É expressão popular para designar o reverso.

Cunhagem

É o mesmo que amoedação e lavramento.

Cunho

Tem dois significados:

  1. Para designar o ferro em que estão esculpidas as gravações que pela cunhagem ficarão marcadas nos discos metálicos que passarão a ser moedas;
  2. Para designar o conjunto das figurações que a moeda apresenta.

Antigamente se fazia a distinção entre cunho e escrita da moeda, representando aquele a figuração simbólica da moeda (bustos reais, armas de nobreza, emblemas religiosos, etc.) e esta as letras ou sejam as legendas.

Popularmente cunho significava o lado principal da moeda (anverso) por oposição ao reverso, onde geralmente se figuravam as cruzes e daí a expressão "cunho e cruzes" e mais modernamente "cara ou cruz".

De uma maneira geral, cunho é o tarugo de aço temperado, em cuja superfície se acha gravado em baixo relevo o desenho da moeda e com o qual se imprime essa gravura nas chapinhas.

Decalque

É a reprodução que se tira de uma moeda decalcando-a e que para melhor salientar o relevo se fricciona levemente com pó de lápis.

Denteada

Vid. Bordo.

Descentrada

É a moeda cuja gravação se encontra descentrada em relação ao disco monetário onde ela foi batida.

Dinheiro

Tem dois significados diferentes:

  1. A indicação corrente e genérica para designar o valor econômico da moeda na atualidade;
  2. Antiga designação por que se indicavam as partes em que a liga ou toque da prata se dividia; assim a prata de lei era antigamente de 11 dinheiros, o que significava que em 12 partes da liga, 11 eram de prata e 1 de cobre.

Efetiva

É a moeda que existe em espécie; diz-se por oposição à moeda imaginária ou de conta.

Eixo horizontal e Eixo Vertical

É uma linha imaginária que se supõe passar no sentido horizontal ou vertical , pelo centro da moeda, para indicar a relação entre si da posição dos dois cunhos: anverso e reverso.

Electro

Liga de ouro e prata, prevalecendo esta na proporção de 2/3. Com esta liga foram feitas na Antiguidade algumas moedas gregas e cartaginesas.

Emergência

O mesmo que obsidional.

Engastada

Termo antigo usado para designar a moeda fabricada com dois tipos de metal, claramente distintas, uma formando o centro e a outra a orla. Atualmente o termo mais usado é "bimetálica".

Encordoada

Diz-se da moeda que depois de cunhada levou cordão, isto é, uma forma serrilhada ou encordoada, para a preservar do cerceio.

Ensaio

É a peça cuja gravação representa uma experiência, ou estudo de um cunho, quer seja apenas para modificar um cunho existente. Conforme o objetivo, assim se classificam os ensaios. Entretanto, todos os ensaios são estudos para uma moeda a ser cunhada, ao passo que as provas são os primeiros exemplares feitos depois de um cunho aprovado.

Epígrafe

Vid. letreiro.

Escala

Era um gráfico pelo qual antigamente se determinavam os módulos ou diâmetros das moedas.

Espíntria

Nome particular de determinadas tésseras romanas, cujas representações obscenas aludiam aos espetáculos a que davam direito de assistir como senha de entrada.

Esses espécimes, que não representavam valor monetário, eram designados antigamente por "lascivia nomismata".

Estalada

É a moeda que apresenta a orla e bordos rachados pela força empregada na cunhagem.

Exergo

Pronuncia-se egzérgo. É o espaço junto a orla que fica por baixo do tipo da moeda, no anverso ou reverso e onde geralmente se encontra a data. Às vezes esse espaço é separado por um traço.

Nas moedas romanas o exergo desempenha papel importante na leitura monetária, como o local onde por via de regra vem mencionada a oficina monetária, sendo assinalado por um característico traço horizontal que o separa do campo, o que, todavia, não se verifica na moedagem portuguesa.

Fábrica de moeda

Na acepção de fabrico de moeda, é expressão antiga que encontramos por vezes nos velhos textos e nada tem que ver com a oficina monetária. "Fábrica" é ali empregado no sentido de fabricação e não de edifício.

Falsificação

Nas falsificações temos a considerar dois grandes grupos: o das moedas falsas e o das moedas falsificadas, ambas lavradas por quem não tem direito de o fazer, sendo, portanto, ilegal.

  • Moedas falsas são as contemporâneas das verdadeiras, com as quais procuram entrar em concorrência como se fossem moeda legal;
  • Moedas falsificadas são as que reproduzem moedas fora de uso e cujo fabrico visa a especulação no campo da Numismática.

Fictícia

Vid. moeda de conta.

Fiduciária

Moeda que representa e circula com um valor que realmente não tem. É aquela que assenta a sua existência na "fidúcia" ou confiança do Estado.

Flor de cunho

Estado de conservação de uma moeda ou medalha e que dá a impressão pelo seu estado de apresentação, ter saído de uma prensa de cunhagem da Casa da Moeda. Antigamente o termo era "à flor de cunho" ("a moeda está à flor de cunho").

Folheadas

Moedas que sendo de ferro, etc., são revestidas de uma folha de prata ou de ouro. O mesmo que forrada.

Forrada

É a moeda que sendo estruturalmente de um determinado metal, em geral o cobre, é recoberta com uma película de outro metal, prata ou ouro. Existem autênticas e falsas.

"Fortes e febres"

É uma expressão antiga para designar tolerância.

Furada

É a moeda que depois de entrar em circulação, apresenta um orifício que a trespassa, o que pode aumentar o interesse pela moeda, se esse furo tiver um significado histórico, ou ainda tirar esse interesse se não representar mais do que uma simples mutilação sem significado.

Gabinete de numismática

Foi o nome vulgarizado nos séculos XVIII e XIX para designar os Museus de Numismática do tempo.

Garfila

Termo arcaico para designar orla.

Grande bronze

Expressão genérica para designar as antigas moedas romanas de cobre de maior módulo.

Grânulos ou pontos

Cercadura granulada.

Grão

O menor peso antigo. Antes da adoção do sistema métrico decimal, a unidade de peso usada para as moedas portuguesas era o marco, que continha 4.608 grãos.

Correspondia o grão a pouco mais de 5 centigramas, ou com maior rigor 0,0542 gramas.

Vid. marco.

Gravatura

É expressão que encontramos em Frei Vicente Salgado, para designar a gravação dos cunhos.

Grenetis

Vid. cercadura granulada.

Grosso

Dizia-se antigamente da espessura da moeda; foi ainda a designação própria de certos reais de prata do reinado de D. Afonso V.

Hermenêutica numismática

É o estudo interpretativo das moedas e seus atributos.

Heteróclita

A moeda que por erro de cunhagem contém tipos diferentes: moeda híbrida.

Híbrida

Diz-se da moeda que é feita com elementos diferentes; o anverso com o cunho de uma moeda e o reverso de outra, não passando de uma irregularidade de fabrico monetário. O mesmo que heteróclita.

Imaginária

vid. moeda de conta.

Imitada

Diz-se geralmente em sentido depreciativo como sinônimo de falsificada por cópia ou imitação de outra moeda.

Imprimir

É termo antigo empregado no sentido de cunhar moeda.

Inanimada

O mesmo que anepígrafa.

Incerta

É a moeda de que se desconhece a época e fim determinado.

Incusa

É a moeda cuja gravação aparece convexa de um lado e côncava do outro.

Inédita

É a moeda que ainda não foi publicada, isto é, cujo conhecimento ainda não foi divulgado em qualquer obra.

Inscrição

Vid. letreiro.

Invertida

É a moeda cujo tipo se encontra invertido em relação à legenda que o circunda.

Jeton

Jeton é palavra de origem francesa, derivada de "jeter" (jogar); durante a operação do cálculo, costumavam na época jogar as peças ou contos dentro de pequenos compartimentos de uma mesa própria onde se acumulavam e depois eram contados quando se obtinha a soma.

O vocábulo corresponde os contos, ou contos para contar. Assim, foi o nome dado às peças monetiformes feitas de vários metais, usada na Idade Média para fazer contas.

Jus cunni

Era a designação latina do direito de bater moeda.

Latão

Liga de cobre e zinco. Em Portugal nunca se fizeram moedas desta liga, mas tão somente contos para contar, senhas, tentos, verônicas, etc.

Lavragem

É o mesmo que cunhagem da moeda.

Lavramento da moeda ou lavramento monetário

É expressão antiga para designar cunhagem da moeda ou amoedação.

Legenda

Vid. letreiro.

Letreiro

É o conjunto de letras isoladas, sigladas ou formando palavras e algarismos que figuram na moedagem. Vulgarmente lhe chamam também legenda. Conforme a posição da escrita na moeda, assim se denomina:

  • Legenda quando ocupa a orla;
  • Inscrição quando em linhas horizontais no campo;
  • Epígrafe se faz parte do próprio tipo da moeda e dentro de qualquer emolduramento.

Liga

É a combinação de dois ou mais metais. Diz-se também do metal inferior que está ligado com um metal precioso.

Ligado

O ouro e a prata que foram fundidos e reduzidos a lingotes para serem amoedados.

Laminador

É o aparelho ou máquina composta de vários cilindros, que serve para transformar os pequenos lingotes de metal fundido em lâminas, das quais então o saca-bocados recorta as chapinhas.

Marca

É o mesmo que carimbo. Empregado antigamente de maneira geral, para designar o novo valor indicado pelo puncionamento.

Marco

É padrão de peso porque se aferiam os metais preciosos, nomeadamente as moedas. O marco era metade da libra-peso, que constitui a base do sistema ponderável anterior ao decimal.

O marco tinha designação e pesos diferentes conforme as regiões. Em Portugal o marco pesava 229,5 gramas.

Marquilha

É a indicação do valor da moeda representada por letras. (LXXX = 80 réis, XX = 20 réis e nas moedas romanas o "V" para o quinário e o "X" para o denário.

Matriz

É o cunho primitivo em baixo relevo, do qual se tira pelo sistema de transporte, os punções com que se fazem os cunhos destinados à cunhagem das moedas.

Medalha

É uma peça de metal geralmente redonda, fundida ou cunhada em homenagem a um sucesso notável ou pessoal, podendo ser também oval, poligonal, etc.

Antigamente até ao final do século XIX, era designação genérica dada não só às moedas, como às próprias medalhas.

Hoje a medalha faz parte de um estudo — a medalhística — cujos objetos são essencialmente comemorativos, ao passo que o que caracteriza a moeda é ser uma medida ou padrão de valor.

A classificação das medalhas desde o Renascimento, séculos XVII e XVIII, até às contemporâneas, tem variado, dependendo é claro, do ponto de vista de cada colecionador.

Moeda de boa lei

O mesmo que "moeda corrente", isto é, sem defeito.

Moeda de conta

Também chamada de fictícia ou imaginária, é aquela que não existe objetivamente em espécie, mas tão somente "in nomine".

Foi originariamente uma moeda de larga expansão e que embora deixasse de existir como moeda metálica, persistia na contagem do dinheiro, como no caso dos "cruzados", das "coroas" ou dos "réis".

Moeda corrente

É aquela que por obedecer fielmente às prescrições da lei, corre livremente com geral aceitação.

Moeda cursável

É expressão antiga e que designava moeda corrente, o que sucedia apenas à moeda de boa lei, aceita livremente.

Moeda falhada

Diz-se da moeda que não soa ao ouvido no sentido de tinir como deveria, mas antes, apresenta um som choco que denuncia qualquer falha no disco metálico, umas vezes visível, outras vezes interno.

Moeda fendida

Vid. Estalada.

Moeda metálica

É expressão que se emprega para reforçar a qualidade da moeda efetiva ser de metal, por oposição à moeda de papel, fictícia ou ainda de conta.

Moeda principal

Representa o conjunto das espécies de uma determinada época, de ouro e de prata, por oposição à moeda subsidiária.

Moeda sonante

É sinônimo de moeda metálica e tira seu nome do som que as suas espécies fazem quando batidas contra uma pedra, para verificação sonora do toque.

Moeda subsidionária

Também conhecida como divisionária ou "moeda de troco", é a pequena moeda de bronze, cobre, níquel, alpaca, etc. e de menor valor num determinado sistema monetário.

Moedário

Medalheiro em que somente se guardam moedas.

Moeda

É o lingote ou disco metálico, padrão de valor emitido com símbolos próprios garantindo o seu toque e peso, pela autoridade suprema da nação a que pertence.

Quanto ao fabrico, as moedas podem ser:

  • Cunhadas, as que procedem de um cunho;
  • Fundidas, moldadas ou modeladas, quando obtidas por molde;
  • Forrada ou folheada, a que tem âmago de metal inferior, cobre ou ferro e está revestida de uma capa de ouro ou prata, dando a impressão de na realidade serem moedas cunhadas nestes metais. Por este motivo os soldados romanos ao receberem o seu soldo, tinham por hábito serrar o bordo das moedas e é este o motivo do aparecimento das moedas serradas "nummo serrato".
  • Incusa é a moeda moldada cujo tipo do reverso é o mesmo do anverso (baixo relevo), aparecendo convexa de um lar do e côncava do outro.
  • Engastada, é a moeda ou medalha cunhada em disco formado por dois metais diferentes, engastados um no ouro.

Quanto às peças cunhadas, temos ainda os seguintes termos: recunhada, contramarcada ou carimbada, estalada, rebatida ou amassada, anômala, heteróclita ou híbrida, como já tivemos ocasião de explanar.

Moeda amassada

Ou de cunhos amassados, significa que tem o metal pisado de tal forma, que o seu tipo se apresenta violentamente destruído, "neste lugar o bronze está tão amassado que não se pode ver o resto das letras".

Moeda bárbara

É uma designação genérica para indicar as moedas de cunho tosco, como as moedas cunhadas pelos suevos na península Ibérica, imitando as romanas.

Medalhão

É uma medalha de módulo grande, tendo-se tornado hábito classificar sob essa denominação os exemplares maiores de 7,5 mm. Durante longos anos foi uso chamar todas as medalhas romanas de "medaillon", até mesmo as "contornadas" (jetons de cálculo) prática hoje abandonada.

Medalheiro

É a coleção de medalhas devidamente classificada. Denomina-se assim também o móvel com uma série de gavetas muito baixas, onde se guardam medalhas e moedas; provém da antiga designação de "medalhas" dadas às moedas.

É também termo que denomina o artista que faz medalhas.

Medalhista

É a designação aplicada ao gravador de medalhas. A pessoa que se dedica ao estudo das medalhas, publicando trabalhos sobre este ramo de erudição.

Medalhística

É a ciência que se ocupa no estudo das medalhas.

Medalhístico

É etimologicamente o vocábulo que designa o que se refere à medalha e por extensão se pode designar o cultor da medalhística.

Milésimo

É título de fino, quando se refere ao metal precioso expresso em milésimas partes em relação à unidade de 1.000.

Vid. Quilate.

Minguada

É expressão antiga que designava moeda de toque baixo, minguado, de pequeno valor.

Miniatura

É uma redução monetária ou medalhística, feita mais como ensaio industrial, para mostrar a perícia da máquina de reduzir (pantógrafo).

Módulo

É expressão para designar o diâmetro da moeda ou da medalha; o módulo é hoje apreciado em milímetros; usaram-se escalas mais ou menos perfeitas para determinar o diâmetro das moedas, sendo as mais conhecidas a de Mionnet, a de Neumann e a de Appel. Os ingleses medem-nas em linhas ou fracções de polegadas.

Moedeiros

Eram funcionários das Casas de Moeda que assumiam o compromisso mediante juramento, de ficar à disposição do Provedor, quando fossem chamados a trabalhar.

Estes funcionários não recebiam remuneração, mas em compensação usufruíam uma série enorme de regalias que a lei lhes garantia. Na sua maioria, eram "pessoas recomendáveis por sua posição ou bens de fortuna".

Monograma

Conjunto de letras entrelaçadas formando um só bloco e sendo por vezes as iniciais de várias palavras que constituem um nome de pessoa ou uma frase consagrada.

Monometalismo

Vid. Sistema monetário.

Muda

Moeda muda, o mesmo que anepígrafe ou inanimada.

Nota

É a moeda principal de papel, conversível numa circulação fiduciária em ouro ou prata, o que não sucede com as cédulas, cuja conversão pelo menos "in nomine" visa o cobre.

Nova ou novinha

Diz-se da moeda cujo estado de conservação é tão belo, como no sair dos cunhos. Corresponde a "flor de cunho".

Vid. Conservação.

Numária

Vid. Numismática.

Numerário

É a designação do valor econômico da moeda, como sinônimo da expressão mais corrente — dinheiro.

Numisma

Significa moeda em latim, o que sem embargo se pode dizer em português, geralmente com referência às moedas antigas. Do grego Nómisma (em português esta palavra é do gênero masculino — um numisma — e não — uma numisma — como erradamente costumam dizer.

Numismalogia

Foi como no século XVIII vários autores designaram a ciência das moedas ou numismática.

Numismata

É aquele que professa a Numismática; antigamente diziam: "numismático", assim como eruditamente se pode designar também por "numismólogo" como o cientista das moedas, ou "numismógrafo" o escritor de assuntos numismáticos.

Numismática

É a ciência que estuda as moedas antigas, classificando-as e descrevendo-as. Antigamente, do século XVIII para cá, empregaram-se para designar o estudo das moedas antigas, várias expressões de raiz comum "nummus" (moeda), tais como: numária, numismatologia, numismatografia e finalmente a que prevaleceu — numismática.

Numismático

Vid. Numismata.

Numismatologia

Vid. Numismática.

Numismógrafo

Vid. Numismata.

Vid. Numismata.

Numofilácio

Significa coleção de moedas para estudo ou satisfação de quem a possui.

Vid. monetário e medalheiro.

Obsidionais

Ou de necessidade, é a moeda cunhada em circunstâncias anormais, geralmente em tempo de guerra e por vezes para ocorrer às necessidades resultantes de um cerco, donde lhe veio o nome "obsidio" — "obsidionales".

Óbulo

Era uma barra de metal que nos tempos primitivos foi adotada como padrão monetário e 6 dessas barras, que era a quantidade que cabia na concha da mão, tinha o nome de dracma.

Oficina monetária

Vid. Casa da Moeda.

Oitava

Peso antigo de 3,585 gramas.

Onça

Peso antigo equivalente a 1/16 partes de um arrátel ou 28,687 gramas.

Orla

É a extremidade da moeda junta ao bordo, o que por vezes é assinalado por um círculo liso ou uma cercadura pontuada.

Vid. Garfila.

Orlada

É a moeda que depois de cunhada, se lhe aplicou uma "nova orla".

Padrão monetário

É um modelo ou bitola porque a moeda é aferida ou no seu fabrico (padrões de peso e padrões tipo); para o seu confronto depois de cunhada (padrões monetários e pesos monetários).

Página

Significa um dos lados da moeda, isto é, anverso ou reverso, como páginas anterior e posterior da moeda.

Pátina ou verdete

É um óxido (carbonato de cobre hidratado) que pela umidade se forma à superfície das moedas de bronze ou de cobre no decorrer dos séculos.

Algumas vezes essa pátina é produzida artificialmente. As tonalidades variam, sendo as mais estimadas as que se apresentam com a cor mais esverdeada.

Pecúnia

De origem na palavra "pecus", gado, que antigamente era dinheiro, com o mesmo significado que ainda hoje tem.

Peso-monetário

Era o peso cuja função se destinava à verificação do peso da moeda a que ele correspondia.

Pontuada

É a moeda circundada de pontos, isto é, terminada por um círculo ou circuito de pontos ou grânulos.

Prata-limpa

Diz-se da prata de lei que na moedagem portuguesa foi sempre de 11 dinheiros.

Propina

Era a designação dada à quantia que determinados funcionários da Moeda e da Corte recebiam antigamente, por ocasião do lavramento de novo dinheiro.

Prova

Diz-se dos primeiros exemplares cunhados depois de aprovado determinado cunho monetário. Esses exemplares apresentam por vezes a palavra prova feita a punção.

Pseudo-incusa

É a moeda que por imperfeição de fabrico apresenta o mesmo cunho de ambos os lados, um em relevo e o outro em côncavo, o que se explica quando depois de cunhar uma moeda, ela não chega a ser retirada e sobre ela se coloca outro disco, recebendo assim dos dois lados o mesmo cunho, um dos quais invertido.

Quebrada

Moeda de uma liga inferior a determinado lavramento, o que acontecia quando se quebrava a moeda.

Quebrar a moeda

Consistia no direito que os antigos monarcas tinham de aumentar a diferença entre o valor nominal e o intrínseco, ora sobrecarregando a liga, depreciando a moeda, ora subindo o valor nominal.

Antigamente era tão comum o costume dos soberanos quebrarem a moeda ou alçarem a moeda, que tal fato se tornou uma prática inerente ao direito que tinham de cunhar moeda.

Tem o mesmo significado quando se diz levantar a moeda, ou como diziam os antigos na língua do Lácio — infractio monetae.

Quilate

É a unidade pela qual se designa o título ou pureza do ouro ligado a outro metal ou a massa no caso do diamante.

Arbitrariamente foi estabelecido o fator 24 quilates (do árabe quirate que significa máxima perfeição) para a unidade do ouro puro.

Quilates Proporção Percentual Denominação comum
24 quilates 24 99,9% Ouro 9999 ou puro*
22 quilates 22/24 91,6% Ouro 916
20 quilates 20/24 83,3% Ouro 833
19.2 quilates 19.2/24 80,0% Ouro 800 ou Ouro Português
18 quilates 18/24 75% Ouro 750
16 quilates 16/24 66,6% Ouro 666
14 quilates 14/24 58,3% Ouro 583
12 quilates 12/24 50% Ouro 500
10 quilates 10/24 41,6% Ouro 416
1 quilate 1/24 4,6% Ouro 46

* Como é praticamente impossível o ouro ter uma pureza completa, o teor máximo é de 99,99% e assim chamado de ouro 9999. Impróprio para fabricação de joias por ser muito maleável.

O quilate foi adotado como unidade de massa em 1907 na Quarta Conferência Geral de Pesos e Medidas e é ainda hoje uma unidade de peso no comércio de diamantes e outras pedras preciosas. (1 quilate = 0,2 gramas ou 200 miligramas).

O quilate corresponde à 24ª parte da onça.

Para a prata modernamente é costume exprimir o título em milésimos. Para a prata foi adotado o padrão de 12 dinheiros como unidade de prata pura.

Rebordada

É a moeda que depois de haver sido cunhada, sofre uma nova operação com o fim de lhe aplicarem um "cordão" ou "serra" sobre o bordo para evitar o cerceio.

Também se diz encordoada ou serrilhada, conforme seja um cordão ou serra que lhe tenha sido aplicada.

Rebordo

É a saliência circular junto ao bordo que preserva a gravação da moeda quando ela assenta numa superfície lisa ou é empilhada.

Recunhada

É a moeda em que se vislumbram vestígios de cunhos sobrepostos.

Redução monetária

Vid. miniatura.

Relevada

Vid. corpo.

Relevo

É a saliência para a gravação que a moeda apresenta; nos exemplares gregos, os relevos são de rara beleza.

Repetida

É a moeda que por ensaio ou por engano apresenta o mesmo cunho de ambos os lados.

Ressaltada

É a moeda em que os cunhos se vêm duplicadamente sobre o disco monetário em virtude de duas pancadas por deslocação do disco ou do próprio cunho.

Restituída

É a moeda cujo tipo foi copiado, restituído novamente, o que se verifica inúmeras vezes na numismática romana, como homenagem ao passado. Não devemos confundi-las com as "moedas imitadas".

Retalhos ou cisalhas

São os restos que ficam das chapas laminadas, depois de separados os discos monetários no saca-bocados.

Reverso

É o lado de importância secundária da moeda, oposto ao anverso e cujos elementos constituem a continuação das legendas do anverso com os atributos acessórios, tais como o valor, a data, etc.

Revés

Designação popular para indicar o reverso da moeda ou medalha.

Vid. reverso.

Rilheira

É o molde onde se deita o metal liquefeito que, depois de esfriado fica em longas réguas para serem laminadas.

Rosto

É sinônimo de anverso da moeda.

Safada

Antigamente "çafada", era a moeda cujos cunhos se encontravam muito gastos ou cansados.

Vid. conservação.

Selo

É expressão antiga para designar carimbo ou marca.

Senha

Peça geralmente monetiforme que tem tido várias aplicações: senhas de presença, reconhecimento, etc.

Senhoriagem

É o benefício pertencente à entidade em nome de quem a moeda é batida e que resulta da diferença entre o valor intrínseco acrescido da braçagem e o valor nominal atribuído à moeda.

Serrilha

É a gravação feita no bordo das moedas para as preservar do cerceio. Tira o seu nome de "serra", pela semelhança desta com a configuração dos sulcos feitos no bordo da moeda.

A serrilha apresenta várias modalidades, podendo ser estriada verticalmente, obliquamente à direita ou à esquerda.

Quando o bordo é marcado com linhas ou filetes muito leves, impressos no sentido longitudinal, é denominado "azulado" (azuré dos franceses).

A serrilha pode ter ainda a forma de cordão ou torçal; às vezes se apresenta com um sulco longitudinal, tendo ou não pequenos traços verticais de um e outro lado do sulco, em torno do bordo, dando ideia de um verme; a serrilha tulipada com ornatos em forma de tulipas; serrilha floreada, também chamada folhuda ou em espinha de peixe; serrilha em forma de aspas; serrilha em forma de xadrez; em arruelas ligadas umas às outras; a serrilha denominada de corda de poço, serrilhas com inúmeros desenhos e ainda serrilha com inscrições.

Sifata (antigamente scyphata)

Moeda cujo nome provém da sua forma de taça, ou "scyphus" côncavo-convexa. Esta forma era vulgar nas moedas bizantinas e ao que se julga, para que as delgadas lâminas metálicas com que eram fabricadas, oferecessem maior resistência.

Sigla

É a letra isolada que constitui a inicial de um nome.

Símbolo

É a representação figurada de uma ideia, pessoa ou coisa constituindo uma linguagem gráfica que desempenha na arte monetária, função de grande importância.

Sinal de lavramento

Ou sinal indicativo do lavramento, são pequenos sinais que aparecem no campo das moedas; na Idade Média, serviam para referendar a que lavramento dizia respeito determinada moeda.

Vid. sinal oculto.

Sinal oculto

É o que aparece no campo das moedas, especialmente da Idade Média, para indicar o local da fábrica e os moedeiros.

Singular

Vid. anômala.

Sistema monetário

É a relação ponderal (relativo a peso) existente entre todas as moedas de uma nação numa determinada época e cuja relação se encontra referendada à unidade monetária desse sistema.

Os sistemas monetários dizem-se "monometalistas" ou "bimetalistas", conforme assentam o seu padrão em um ou dois metais nobres: ouro ou prata.

Cisalhas

Vid. retalhos.

Sobrecarga

Expressão genérica para designar "carimbo" ou "contramarca".

Subsidionária

Vid. moeda subsidionária.

Tamanho

Era expressão antiga para designar o módulo da moeda.

Téssera

Nome genérico dado às senhas, fichas ou tentos de espetáculos, jogos, etc. de que os romanos se serviam sob a designação de "tesserae".

Tesserologia

É a ciência que estuda as tésseras e que por extensão se ocupa de todas as peças monetiformes, cujo estudo não cabe na Numismática nem na Medalhística, como sejam os contos, senhas, fichas, tentos, etc.

Tipo da moeda

É o conjunto das gravações que a caracterizam.

Título

Vid. Toque.

Tolerância

É a oscilação de peso que uma moeda pode ter, permitida pela lei.

Toque ou título

É a liga metálica de que a moeda é fabricada, dizendo-se quilates de ouro e dinheiros de prata.

Única

É a moeda que constitui o único exemplar conhecido desse tipo.

Unidade monetária

É o padrão de valor básico de um sistema monetário.

Vid. sistema monetário.

Uniface

É a moeda cujo disco monetário foi cunhado somente de um lado e, portanto, com o reverso liso.

Valor de uma moeda

Varia conforme o aspecto em que ele se apresenta; assim ela pode ter valores diferentes conforme o ponto de vista nominal, intrínseco, facial, estimativo e equivalente.

Variante

É a moeda que sendo do mesmo tipo daquela com a qual se relaciona, apresenta, contudo, diferenças de pormenor, o que se dá especialmente com referência às moedas batidas pelo antigo sistema do martelo.

Venera

O mesmo que insígnia ou condecoração.

Verônica

Medalha religiosa antiga, geralmente de latão.

Verso

É o mesmo que reverso.

Fonte: Noções de Numismática, VIII - Numismática Geral de Álvaro da Veiga Coimbra, 1957 - Páginas a 519 a 538